95% dos empresários do Pinheiro perderam receita e Federação pede isenções

Os números preocupantes levaram a Fecomércio a pedir benefícios fiscais para comércio e serviços da região

Secom/Maceió

Mapa do Pinheiro

Atualizada às 17h10

Após análise econômica dos empresários do bairro do Pinheiro, a Federação do Comércio do Estado de Alagoas (Fecomércio AL) encaminhou ofício ao Governador do Estado, Renan Filho, solicitando isenções fiscais para os comerciantes do Pinheiro.

O pedido, protocolado pelo presidente da Fecomércio, Wilton Malta, solicita, entre outras medidas a remissão, que é um perdão da dívida tributária, a anistia de multas e algum tipo de benefício fiscal, como a isenção parcial de ICMS ou a redução da base de cálculo para os empresários.

A Fecomércio solicitou ainda à Prefeitura Municipal de Maceió, que sejam concedidas isenções do ISS, das taxas de licença e localização e da taxa de fiscalização do funcionamento, além da anistia das multas.

A iniciativa foi motivada a partir da situação vivenciada pelos moradores do Pinheiro, iniciada nos meses de fevereiro e março de 2018, quando foram registrados tremores de terra na região e que afetou diretamente as cercas de 2.700 empresas ativas no bairro, sendo 2.060 empresas microempresas, 360 Empresas de Pequeno Porte (EPP) e 248 não são identificadas em termos de porte empresarial.

Uma pesquisa realizada pela Federação detectou que 95% dos comerciantes da região sofreram redução na receita. Comparando dezembro de 2018, em relação ao mesmo período de 2017, e janeiro de 2019 ante o mesmo período do ano anterior, para 39,3% dos empresários a queda da receita ficou entre 16% a 31% e para 21,4% dos empresários a redução já supera mais de 64%. Já 4,3% dos empresários sinalizaram não ter ocorrido perdas.

A análise aponta ainda que 62% dos imóveis no bairro são alugados e 38% são próprios. A área de comércio e serviços do Pinheiro é distribuída pelos seguintes setores: cabeleireiro (20,5%); mercadinho/mercearia (11,1%); restaurante (7,7%); vestuário (6,8%); padaria/lanchonete (4,3%); oficina/lojas de peças (4,3%); comércio de bebidas (4,3%); farmácia/manipulação (3,4%), material de construção (1,7%), outros (35,9%).

Conforme os entrevistados, o movimento reduziu mais em janeiro deste ano (57,3%). Para 32,5% dos empresários, a queda começou a ser sentida no mês de dezembro. Outro dado preocupante é que 91% dos entrevistados que têm comércio no Pinheiro não possuem outra renda.

“Sabemos que o Estado e a Prefeitura estão sensíveis à situação do Pinheiro. Pedimos atenção para os milhares de empresários da região, pois muitos, além de morarem no local, ainda têm o bairro como sustento, ou seja, o transtorno é duplo”, observou o presidente da Fecomércio, Wilton Malta.

A respeito da solicitação a Prefeitura de Maceió emitiu nota:

Ciente das dificuldades enfrentadas pelos empresários da região, prefeito Rui Palmeira já determinou, por meio do decreto nº8.685, no dia 28 de janeiro, no Diário Oficial do Município (DOM), a suspensão do envio dos carnês do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) 2019 e das taxas de serviços urbanos para os imóveis do bairro do Pinheiro, reconhecidos pela Defesa Civil como de risco iminente, baseando-se no mapa de feições elaborado pelo Serviço Geológico do Brasil.

A Prefeitura acompanha de perto a situação do Pinheiro e está empenhada em oferecer o suporte necessário aos contribuintes da região. Por isso, já está trabalhando no projeto de lei que será encaminhado à Câmara Municipal, propondo a isenção do IPTU e de outros tributos municipais como as taxas de Localização e Funcionamento e à Taxa de Vigilância Sanitária para as empresas localizadas nas áreas afetadas.

A amostra foi realizada pelo Instituto Fecomércio nos dias 21 e 22 de janeiro de 2019, nas empresas do Pinheiro. A técnica utilizada foi de pesquisa quantitativa/qualitativa por amostragem não probabilística (amostra por conveniência). A técnica de coleta de dados foi a de entrevista pessoal individual aplicada com base em questionário estruturado desenvolvido pelo núcleo de pesquisa do Instituto Fecomércio. Foram coletadas 117 informações de empreendimentos da região. Os dados completos estão disponíveis no site www.fecomercio-al.com.br/instituto.

O Pinheiro tem cerca de 19 mil habitantes. As fissuras chegam a 1,5 km de extensão e afetam cerca de 2.480 moradias. Dados da Defesa Civil apontam para 777 imóveis vazios e a situação é considerada de emergência pela Prefeitura Municipal de Maceió.

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