A principal testemunha – e sobrevivente – do crime brutal que vitimou a deputada federal Ceci Cunha, e outros três parentes, falou pela primeira vez à imprensa. As declarações foram dadas ao programa Fantástico, da rede Globo, em reportagem veiculada neste domingo, dia 8. Nele, a irmã da deputada conta que ouviu os assassinos invadirem a residência, localizada na Gruta, e executarem Ceci, o marido, Juvenal, o cunhado Iran e a mãe dele, Ítala. A única sobrevivente teria se escondido embaixo de uma cama.
Em entrevista ao jornalista Valmir Salaro, a sobrevivente disse que ouviu quando um dos assassinos disse, ‘essa não é a deputada’, com a mãe de Iran, deixando claro que o alvo do crime era a deputada recém-diplomada.
Transcorridos 13 anos do crime, os filhos da ex-deputada, o advogado Rodrigo Cunha, e a médica Adriana Cunha deram início a uma vigília pela condenação dos acusados, cuja autoria intelectual seria do médico Talvane Albuquerque. O crime, segundo a denúncia, teria como motivação a vaga de Ceci Cunha na Câmara Federal. Além de Talvane, vão a julgamento Jadielson Barbosa da Silva, Alécio César Alves Vasco, José Alexandre dos Santos e Mendonça Medeiros da Silva. A defesa de Albuquerque ficará a cargo do advogado Welton Roberto.
Chacina da Gruta
A deputada Ceci Cunha foi assassinada no dia 16 de dezembro de 1998, no crime que ficou conhecido como Chacina da Gruta. Dois elementos fortemente armados invadiram a residência e atiraram contra a deputada e seus três parentes. A deputada, que havia saído da solenidade de diplomação, morreu sentada em uma cadeira da varanda.
Todos os acusados no crime estão em liberdade. Talvane Albuquerque, que trabalha como médico em Arapiraca e Paulo Afonso (BA) disse em entrevista ao Fantástico que “não existem provas que o liguem ao crime e que tem a consciência tranquila”.
Já os filhos da deputada falaram da dor da ausência aos longo desses 13 anos e defenderam a condenação dos acusados, para que a história do Estado não seja machada por esta impunidade.
O júri dos acusados na morte da deputada terá início no próximo dia 16, no Fórum da Justiça Federal em Alagoas.