Saúde pública foi o principal assunto debatido na tarde desta quarta-feira (13), na Casa de Mário Guimarães. A deficiência e as vezes ausência do atendimento público veio à tona em meio a denúncias feitas pelos vereadores. Entre os casos, um paciente em busca de atendimento para tratar um câncer de próstata e a diminuição da verba para unidades psiquiátricas.
A pauta foi proposta durante pronunciamento da vereadora Silvania Barbosa (PPS) que denunciou o déficit de oncologistas no sistema público de saúde. Silvana relatou a ‘peregrinação’ de um paciente com câncer que a procurou por não conseguir atendimento através do Sistema Único de Saúde (SUS).
Na busca por um médico, o paciente – que teve a identidade preservada pela parlamentar em respeito aos familiares – recebeu a confirmação de que o único especialista que atende pelo H.U. goza férias e deve voltar somente no mês de junho. Em virtude da ausência temporária do médico, o paciente está sendo submetido apenas à radioterapia – um paliativo que substitui o tratamento de quimioterapia, adequado para o estágio avançado da doença.
Emocionada, a vereadora provocou os colegas indagando sobre a função do cargo público de vereador. “Estamos aqui para atender aos interesses do povo. Que interesses são esses se não podemos ajudar?” pergunta Silvania.
Em Alagoas, apenas três hospitais em Alagoas integram o Cacon – Centros de Alta Complexidade em Oncologia – e recebem verba da União para procedimentos cirúrgicos e tratamento da doença. O Hospital do Açúcar responde somente pelo tratamento com crianças. A Santa Casa de Misericórdia e Hospital Universitário atendem as demais faixas etárias.
Em aparte a vereadora Heloísa Helena (PSOL) se comprometeu em conseguir vaga para o paciente na Santa Casa de Misericórdia. A parlamentar garantiu que o esforço não tem ligação direta com o pedido feito pela também parlamentar Silvania Barbosa, mas por se tratar de um caso aparando pela lei. Heloísa criticou o montante destinado pela União para procedimentos cirúrgicos de pacientes com câncer e disse lamentar os valores praticados na atual da tabela do SUS.
Unidades psiquiátricas
A ameaça de fechamento da Clínica de Repouso Doutor José Lopes de Mendonçatambém foi discutida. A vereadora Fátima Santiago (PP) tratou do tema e denunciou a redução de 30% da verba para essas unidades de saúde. “Não é apenas o Zé Lopes que passa por essa dificuldade, o Ulysses Pernambuco e o Miguel Couto também passam por dificuldades. Quem ainda se salva é o Portugal Ramalho que pertence a Uncisal. Essas unidades vivem muito mais do convênio com unidades particulares do que com a verba do SUS,” (sic) denuncia Santiago.