O fato aconteceu às três horas da madrugada de hoje, 18. Uma equipe do Instituto de Criminalística foi acionada para comparecer a um local de crime de homicídio, ocorrido na fazenda Cajueiro, no Povoado Lagoa Comprido, no município de São Brás, distante há 200 quilômetros da Capital. Quando eles chegaram ao endereço informado se depararam com um fato inusitado, a equipe encontrou ao lado do corpo da vítima Manoel Gino dos Santos, uma cachorra ferida.
Testemunhas informaram que a cadela que era de propriedade de Manoel Gino e que tentou defendê-lo no momento que ele era assassinado, mas acabou sendo mais uma vítima da ação criminosa. Ela foi atingida com um tiro fatal de espingarda na região da cabeça.
Como à equipe percebeu que a cachorra estava grávida e ainda respirava, e que seus filhotes também ainda estavam vivos ficaram comovidos com a situação. Sem tempo hábil para levar a cachorra até uma clinica especializada, eles decidiram fazer o parto do animal ali mesmo.
Segundo o perito Criminal Adriano Filho, de imediato eles ligaram para a perita criminal Barbara Fonseca, aprovada no último concurso e que é formada em veterinária. Por telefone, ela explicou ao motorista Fernando Moraes, integrante da equipe do IC, todos os passos de como eles deveriam agir naquele momento.
“Foram mais de 19 minutos de angústia, nunca tínhamos passado por uma situação como aquela. A cachorra ainda estava viva, mas poderia morrer a qualquer momento e isso acontecesse todos os filhotes morreriam juntos, por isso tomamos a decisão de fazer o parto, seguindo as orientações da perita veterinária, utilizamos um canivete e conseguimos salvar os sete filhotes”, explicou o perito Adriano Filho.
O parto foi feito com sucesso. Os peritos conseguiram salvar sete filhotes, mas infelizmente a cachorra não sobreviveu. Sem mãe e prematuros todos os animais foram trazidos pela equipe do IC, porém o sofrimento dos animais ainda não teve um final feliz.
Isso porque ao chegar à capital, a equipe do IC levou os cachorros que precisam de cuidados especiais para o NEAFA e em seguida para o Centro de Zoonoses e nenhum dos dois locais quiseram receber os filhotes que foram trazidos de volta para o Instituto de Criminalística.
“Todos os funcionários se sensibilizaram com a história dos cachorros e estão mobilizados para tentar mantê-los vivos, mas não encontraram até agora alguém que quisesse adotá-los ou até mesmo tratá-los já que eles correm risco de morte por serem prematuros”, afirmou o perito.
Os servidores do IC improvisaram um caixote de papelão e cobertores para os animais. Eles agora fazem um apelo, quem se interessar em adotar e cuidar dos filhotes deverá entrar em contato pelo telefone 3315-1800 ou comparecer a sede do órgão, que fica no antigo Hotel Beiriz na rua João Pessoa, no Centro da Capital.