Um detento de 47 anos criou um mecanismo para ajudar na economia de água de um presídio em Campo Grande. Segundo informações da assessoria de imprensa da Secretaria de Administração e Desburocratização de Mato Grosso do Sul (SAD/MS), com a invenção, o estado economiza R$ 267 mil em três mês.
O equipamento é usado durante os banhos dos presidiários. O sistema criado pelo detento funciona através de um tampão com um pequeno furo, que, quando ajustado à instalação hidráulica, diminui a pressão e o fluxo da água. A adaptação foi instalada nos chuveiros e torneiras da unidade em que está preso.
Preso por tráfico de drogas desde setembro de 2013, o eletricista de formação explica que a unidade precisava de um sistema que diminuísse a pressão da água, mas não tinha como comprar. Por isso, estudou alternativas e fez a adaptação.
O detento também trabalha na manutenção do presídio, desde junho de 2014.
De acordo com a Agência Estadual e Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), a invenção do preso não é uma ação isolada para economia de água.
O órgão explicou que campanhas de conscientização, feitas pela Águas Guariroba em parceria com a Agepen, são desenvolvidas em presídios do estado, explicando a importância de economizar água.
Nas cinco unidades envolvidas, a redução foi de 15,8% entre os meses de maio e julho. A economia aconteceu mesmo diante do aumento do número de presos de 4.920 para 5.017 no Complexo Penitenciário do Jardim Noroeste.
O presído de trânsito, onde o detento está, foi a unidade do estado que teve maior economia, graças ao mecanismo criado. A redução foi de 30,9% no consumo de água, o que representou economia de R$ 30 mil por em julho. A unidade que teve a segunda maior economia foi o presídio da Gameleira, com 10% de redução, número que era a meta inicial das campanhas.
Ainda conforme a Agepen, a iniciativa de conscientização também inclui monitoramento constante do sistema de água para evitar vazamentos, além de concursos e premiações aos detentos que mais economizam.
A criação chamou a atenção do diretor-presidente da Águas Guariroba, José João Jesus da Fonseca, que encaminhará um de seus técnicos para realizar um estudo sobre o novo mecanismo. A ideia é que a invenção seja implantada em outros órgãos.