Mexicano de 89 anos vende picolés há 23 anos em Chicago e teve de abandonar a aposentadoria após perda da única filha.
Uma campanha online já arrecadou US$ 250 mil (mais R$ 800 mil) para um idoso fotografado empurrando seu carrinho de picolé com grande esforço na cidade americana de Chicago.
Fidencio Sanchez, mexicano de 89 anos, vende paletas no bairro de Little Village há 23 anos. Ele estava aposentado havia dois meses quando sua filha única, que sustentava os pais, faleceu em julho.
A causa do idoso foi abraçada por Joel Cervantes Macias, dono de um restaurante mexicano na pequena Stoughton, no Estado vizinho de Wisconsin.
No site GoFundMe, Cervantes Macías escreveu que encontrou Sánchez vendendo picolés em uma rua da cidade. “Me partiu o coração ver esse homem que deveria estar desfrutando da sua aposentadoria”, disse.
O empresário comprou 20 picolés de Sánchez e lhe ofereceu US$ 50 (cerca de R$ 160). Depois, postou a foto no Facebook, com o seguinte comentário: “Respeito total para esse homem!”
A imagem gerou uma forte resposta. Por sugestão de um amigo, José Loera, Macías criou então, na sexta-feira, uma página no site de arrecadação de fundos GoFundMe, com o objetivo de arrecadar US$ 3 mil.
A meta foi alcançada em menos de uma hora. Até a manhã desta terça-feira, o total levantado já beirava aos US$ 250 mil.
Após virar uma pequena celebridade, Sánchez, um ex-trabalhador rural no México que emigrou para os Estados Unidos, disse que os recursos lhe permitirão descansar um pouco mais na aposentadoria.
“Acho que não vai ser necessário trabalhar mais, e poderei descansar um pouco mais em casa”, disse ele ao canal Telemundo, através de sua neta, Dulce Pérez.
Após a morte da filha, Sánchez disse que saía de casa cedo pela manhã e só parava de trabalhar às oito da noite. A esposa dele também vendia picolés, mas teve de parar por questões de saúde.
“Que podíamos fazer? Precisamos pagar as contas”, afirmou ao canal ABC News.
Cervantes Macias já se encontrou com a família de Sánchez e decidiu manter a página no GoFundMe aberta por mais tempo “porque as pessoas ainda estão fazendo doações”.
“Deus abençoe cada uma das suas doações”, escreveu Macías no Facebook. “Isso para mim é surreal. Vai fazer uma grande diferença para essas pessoas que dão tão duro na vida.”