O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ao ser questionado por jornalistas nesta terça-feira (13) sobre a cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que “quem planta vento colhe tempestade”.
“Eu não sou especialista em Eduardo Cunha, não gostaria nem de falar sobre isso. Mas aquilo que nós vimos ontem é aquilo: quem planta vento colhe tempestade”, afirmou Renan.
Na sessão para decidir sobre cassação de Cunha, realizada na noite desta segunda-feira (12), 450 deputados votaram pela perda do mandato do agora ex-deputado. Outros 10 deputados votaram contra a cassação, 9 se abstiveram e 42 não compareceram à sessão (o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o próprio Cunha não votaram).
Questionado sobre eventuais ameaças de Cunha, Renan respondeu: “Afasta esse cálice de mim. Eu não quero de forma nenhuma falar sobre isso, mas quem planta vento colhe tempestade”.
O deputado cassado afirmou que pretende escrever um livro, mas que ainda vai procurar uma editora. Cunha disse que quer relatar os bastidores do processo de impeachment de Dilma Rousseff, cuja tramitação na Câmara foi autorizada por ele, quando presidia a Casa.
Segundo Renan, o Congresso deve montar uma programação de projetos para serem votados após as eleições municipais. Para ele, do ponto de vista da agenda do Legislativo, “as coisas vão melhorar”.
“Nós estamos aí em pleno processo de eleição municipal, mas nosso propósito é, depois das eleições, construirmos uma agenda que possa expressamente ser votada na Câmara e ser votada no Senado”, disse.
Reformas
Renan também comentou a reforma da Previdência e afirmou que o governo precisa definir o modelo de mudança que pretende levar adiante.
“Você precisa fazer a reforma necessária, estamos com um déficit muito grande, mas você tem que ter uma regra de transição, tem que respeitar direito adquirido, expectativa de direito”, afirmou. “Essa questão não é simples, muita gente cria a expectativa de que, fazendo a reforma, vai resolver o problema da Previdência. Não é assim”, opinou o presidente do Senado.
Renan também citou a reforma política que, segundo ele, “é a primeira das reformas”. Para o presidente do Senado, a Casa deu um passo importante ao aprovar nesta terça-feira (12), na Comissão de Constituição e Justiça, uma cláusula de barreira para limitar o funcionamento de partidos nanicos.
“Hoje nós demos um passo significativo aqui no Senado Federal. Votamos a reforma política, com cláusula de barreira e com fim da coligação proporcional. Agora, com Rodrigo Maia [presidente da Câmara], nós vamos ter condições, sim, de encaminhar uma negociação para que essa reforma possa ser igualmente aprovada na Câmara dos Deputados”, disse Renan.