Primeira-dama, que vai atuar no 'Criança Feliz', terá gabinete no Planalto.
A primeira-dama Marcela Temer estreia no governo federal nesta quarta-feira. Na foto, o casal participa do desfile cívico do 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (Foto: Beto Barata/PR)
O presidente da República, Michel Temer, lançará às 10h desta quarta-feira (5), em uma cerimônia no Palácio do Planalto, o programa Criança Feliz, que terá a primeira-dama, Marcela Temer, como embaixadora. Segundo a assessoria da Presidência, ela não será remunerada pelo trabalho.
Para acompanhar a iniciativa no governo federal, Marcela, 33 anos, terá um gabinete no terceiro andar do Planalto, no mesmo pavimento em que seu marido despacha.
Dois assessores do palácio chegaram a ser realocados de salas para abrir espaço para a primeira-dama no terceiro andar do prédio. A sala de Marcela tem vista para a Praça dos Três Poderes, onde estão localizados, além da sede do Executivo federal, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Como embaixadora do Criança Feliz, caberá à primeira-dama divulgar o programa e promover eventos e reuniões com estados e municípios.
Marcela deve discursar na cerimônia de lançamento do programa federal, sua primeira manifestação em público desde que o marido chegou ao comando do país. No pronunciamento, ela irá dar detalhes sobre o Criança Feliz.
A assessoria do Planalto, no entanto, já adiantou que a primeira-dama não irá conceder entrevistas no evento.
A primeira-dama é 42 anos mais jovem do que Michel Temer. Os dois se conheceram quando ela tinha 18 anos e ele, 60. O casal tem um filho: Michelzinho, de 7 anos.
Como embaixadora do Criança Feliz, Marcela Temer irá divulgar o programa e participar de reunião com representantes de estados e municípios (Foto: N.M./Futura Press/Estadão Conteúdo)
Criança Feliz
O programa federal que terá Marcela Temer como embaixadora é coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDS). A iniciativa, de acordo com o governo, terá o objetivo de fortalecer políticas públicas para a primeira infância.
O foco do programa serão as crianças de até 3 anos de idade cujas famílias são beneficiárias do Bolsa Família. A meta do Executivo federal é atender mais de 4 milhões de crianças em todo o país até 2018.
A ajuda às crianças beneficiadas pelo programa não será financeira, mas se dará por meio de visitas semanais de especialistas na residência das famílias atendidas. Todas as ações visam reduzir o baixo desenvolvimento e a mortalidade infantil.
Conforme o Ministério do Desenvolvimento Social, os especialistas que atuarão no Criança Feliz irão orientar os pais sobre atividades do dia a dia, como a forma correta de escovar os dentes dos filhos. Eles também vão alertar, segundo o governo, para datas de vacinações, sobre a importância de pesar as crianças, além de identificar bebês em situação de risco e violência.
De acordo com o ministério, o projeto vai contar com a ajuda multidisciplinar de centros de referência de assistência social, escolas e pedagogos.
O Criança Feliz tem como referência programas municipais de Pelotas (RS), Arapiraca (AL) e São Paulo (SP) voltados ao desenvolvimento infantil.
O projeto gaúcho Primeira Infância Melhor, uma das referência do programa federal que terá Marcela Temer como embaixadora, foi criado em 2003, quando o atual ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, era secretário de Saúde do governo do Rio Grande do Sul.
A iniciativa deverá seguir as diretrizes do Marco Legal da Primeira Infância, sancionado pela ex-presidente Dilma Rousseff em março deste ano.
Primeira infância
De acordo com pesquisas, os primeiros anos de vida dos bebês são fundamentais para o estímulo sensorial, psicológico e de aprendizagem. Para isso, é preciso um acompanhamento escolar e nutricional desde cedo.
Em abril deste ano, o Banco Mundial e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) anunciaram uma aliança para o desenvolvimento de crianças de até 5 anos. Na ocasião, as duas instituições afirmam que 159 milhões de crianças de até cinco anos no mundo estão raquíticas.
Segundo a Unicef, estudos mostram que cada US$ 1 investido em políticas públicas para jovens de até seis anos pode dar um retorno entre US$ 6 e US$ 17 no futuro.