PC apresenta presos, mas não informa motivação do homicídio de professor

Para o delegado, o professor foi vítima de homicídio qualificado com ocultação de cadáver, e descartou as teses de sequestro e latrocínio.

Izabelle Targino/Alagoas24horasPolícia Civil apresenta suspeitos de participação na morte do professor Daniel Thiele

Polícia Civil apresenta suspeitos de participação na morte do professor Daniel Thiele

A Polícia Civil apresentou, durante coletiva na tarde desta quinta-feira (06), dois presos suspeitos de participação no crime que vitimou o professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Daniel Thiele, 35 anos, que estava desaparecido há mais de 15 dias. Entretanto, a motivação para o crime não foi revelada pela polícia.

Durante a coletiva, realizada no auditório da Secretaria de Segurança Pública, o delegado especial designado para a investigação, Filipe Caldas, da Antissequestro, disse que iniciou as investigações após o irmão da vítima, Marcelo Thiele, registrar a ocorrência na Deic, no último dia 30, após chegar do Rio Grande do Sul, onde toda a família reside.

Ao iniciarem as investigações, de acordo com o delegado, não foi constatada movimentação bancária e nem contato com os familiares. A polícia disse que o professor foi vítima de um homicídio qualificado com ocultação de cadáver. “Devido a isso, nós começamos a descartar a hipótese de sequestro. O tempo foi passando e ninguém entrou em contato nem com a família, nem com a universidade. A tese de latrocínio também foi descartada. O crime foi f de homicídio qualificado”, disse.

O carro do professor, um Ford Focus de cor prata e placa NLZ 2301, em uma área de mata fechada, às margens da BR-101, entre os municípios de Rio Largo e Satuba. O grupamento aéreo localizou o veículo no final da tarde dessa quarta-feira (05), mas devido o horário, voltou na manhã de hoje e confirmou, pelo chassi, que se tratava do carro do professor.

“O carro estava carbonizado e completamente depenado. O corpo estava no banco traseiro, com um arame na altura do pescoço e as duas portas do lado esquerdo estavam abertas.Não temos como dizer se ele foi asfixiado antes de ser carbonizado. Isso o laudo do IML vai pontar””, relatou.

O delegado garantiu que se trata trata de um homicídio qualificado e com ocultação de cadáver. Apesar ter sido encontrado um corpo com as roupas do professor, o delegado frisou que somente IML poderá confirmar, após realização de exames de identificação. Questionado sobre a motivação, o delegado disse que esta informação apena será divulgada no final do inquérito.

Prisão dos suspeitos

 

Izabelle Targino/Alagoas24horasEmerson Palmeira da Silva, de 28 anos e o irmão, Anderson Leandro Palmeira da Silva, de 30 anos.

Emerson Palmeira da Silva, de 28 anos e o irmão, Anderson Leandro Palmeira da Silva, de 30 anos.

Após ser designado como delegado especial do caso, Filipe Caldas disse que, diante de informações conseguidas pelos serviços de inteligência da Segurança Pública, conseguiu os mandados de prisão e busca e apreensão, que foram expedidos pelo juiz da 9ª Vara Criminal da Capital, Jhon Silas.

Ontem os mandados foram cumpridos e foram presos Emerson Palmeira da Silva, de 28 anos e o irmão, Anderson Leandro Palmeira da Silva, de 30 anos.

“Chegamos até eles porque houve quebra de sigilo telefônico e descobrimos que o Emerson usou o chip da vítima e fez uma ligação para seu irmão, o Anderson. Mais detalhes não podemos falar agora, mas temos fortes indícios da participação deles no crime.

Tanto Emerson, quando Anderson negam participação do crime. Em entrevista à imprensa, Emerson disse que usou o chip porque encontrou às margens da rodovia e decidiu usar, mas nega que tenha matado o professor.

“O chip estava na beira da pista, sem o telefone, peguei e liguei para meu irmão e disse que encontrei um chip. Só isso. Não lembro o dia que achei, mas nem deveria ter pego, para não me prejudicar e nem prejudicar meu irmão.  Eu juro pelos meus filhos que não matei ninguém. Na loja onde eu trabalho tem o registro que eu estava lá. Eu trabalho com instrumentação de carro e não conhecia ele”, disse em sua defesa.

O irmão de Emerson, Anderson Leandro, também negou participação e disse não lembrar de ter recebido essa ligação. “Eu não lembro dessa ligação. Nunca pensei, na minha vida, em passar por uma situação dessa. Isso acabou comigo. Quando eu soube que a polícia estava na minha porta, eu fui lá para saber o que tinha acontecido. Se eu tivesse feito algo errado, eu nem lá tinha ido, tinha fugido. Eu sou trabalhador”, se defendeu Anderson.

Últimos registros do professor na Ufal

Ainda durante a coletiva, o delegado relatou que, no dia do desaparecimento, o professor chegou a ir à Ufal, onde daria aulas, mas nem chegou a entrar no curso de química.

“As câmeras da Universidade registraram a entrada do Daniel no campus as dez e cinqüenta e oito da manhã. Às onze horas e três minutos, as câmeras registraram a saída do carro dele da Ufal. Sete minutos depois, as onze de dez, uma câmera de monitoramento da secretaria registrou o carro do professor passando na rodovia BR-104, sentido Rio largo e depois não tem mais registro. Pelo tempo que ele ficou dentro da Ufal, apenas quatro minutos, ele nem chegou a ir no curso de química onde trabalhava. Então nós podemos concluir que, ou ele esqueceu algo muito importante, ou ele recebeu algum chamado, mas não foi uma ligação, porque houve quebra do sigilo. Pode ter sido pelo whatsapp e aí, neste caso, não temos como quebrar o sigilo”, explicou Filipe Caldas.

O delegado também não descarta a possibilidade e mais pessoas serem presas.

 

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