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Miltinho da Van acusado de matar noiva será julgado nesta segunda-feira

Ele é suspeito de espancar e matar a noiva no quintal de casa. Crime aconteceu em 2015; imagens de câmera da casa mostram agressões.

Foto: Cristina Boeckel/ G1

Foto: Cristina Boeckel/ G1

O julgamento de Milton Severiano Vieira, o “Miltinho da Van”, está marcado para as 11h desta segunda-feira (10). Ele é suspeito de espancar e matar a noiva no quintal de casa, a dançarina de funk Cícera Alves de Sena, conhecida como Amanda Bueno.

O crime aconteceu no ano passado, na casa onde o casal morava, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Milton Vieira tinha duas passagens pela polícia por agressões a mulheres. Ele ganhou o apelido de “Miltinho da Van” por trabalhar com transporte alternativo em Nova Iguaçu.

Vídeo mostra agressão
Imagensde câmeras de segurança mostram o momento em que a dançarina Amanda Bueno, de 29 anos, foi agredida e baleada antes de morrer.

O noivo da ex-integrante da Jaula das Gostozudas e da Gaiola das Popozudas confessou o assassinato, que teria sido motivado por ciúmes. Em depoimento, segundo o advogado Hugo Assumpção, ele disse que teve um “surto” e que está arrependido.

No vídeo, os dois aparecem saindo pela porta. Eles caem no chão do jardim e ele começa a bater com a cabeça dela na pedra, antes de dar vários socos no rosto da mulher, já sem reação. Em seguida, Milton se levanta, volta com uma arma e dispara contra Amanda.

Em novembro de 2015, a 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu decidiu que Milton Severiano Vieira iria a júri popular por matar a ex-mulher. Miltinho asfixiou e agrediu a ex-mulher, atirou em seu rosto e ainda tentou limpar a cena do crime.

Na sentença, o magistrado justifica sua decisão apontando que Milton teria cometido o feminicídio: “No caso concreto, como se verifica, a qualificadora do feminicídio restou minimamente indicada pelas provas dos autos, devendo ser admitida, a fim de que seja posta para avaliação dos Senhores Jurados, já que, ao que tudo indica, o delito aqui tratado ocorreu contra vítima mulher, supostamente por razão da sua condição de sexo feminino, no âmbito da relação doméstica com o acusado”, afirmou o juiz Alexandre Guimarães Gavião Pinto.

Pouco depois do homicídio, Miltinho foi preso ao capotar, durante fuga da polícia, com um carro roubado na porta de casa. O assalto também foi registrado pelas câmeras. Quatro armas, incluindo uma espingarda semelhante à que aparece no vídeo, foram encontradas no veículo.

De acordo com a Polícia Civil, Milton foi indiciado por roubo majorado com emprego de arma de fogo, porte ilegal de arma e homicídio triplamento qualificado – agravado por motivo fútil e ausência de chance da vítima.

A tipificação foi baseada no novo crime de feminicídio. A lei para assassinatos de mulheres por razão de gênero foi sancionada em março pela presidente Dilma Rousseff e funciona com agravante do crime de homicídio, além de ser classificado como hediondo. Se condenado, a pena pode chegar a 67 anos de prisão.

Noivos 4 dias antes
Amanda Bueno, que na verdade se chama Cícera Alves de Sena, ficou noiva de Miltinho da Van quatro dias antes do crime.

“Uma pessoa que controla tantas linhas de vans, tem tantas armas sem registro em casa e um esquema de segurança tão grande envolvendo a sua casa será investigado para sabermos se está relacionado com outros crimes”, explicou o delegado Fábio Cardoso, então titular da Divisão de Homicídios da Baixada, na época do crime.

Dançarina de funk Amanda Bueno (Foto: Reprodução / Facebook)