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“STF não acompanhou a evolução da vaquejada”, diz defensores

João Urtiga/Alagoas24horas

João Urtiga/Alagoas24horas

Criadores de cavalo quarto de milha e integrantes da Associação de Vaqueiros de Alagoas realizam uma mobilização nesta terça-feira, 11, em protesto à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que derrubou uma lei do estado do Ceará, que regulamentava a vaquejada. Dos 11 ministros do Supremo, seis consideraram que a prática impõe sofrimento aos animais e fere princípios constitucionais. O julgamento teve início em agosto e foi encerrado no último dia 6.

Em Alagoas, a decisão provocou a reação imediata de praticantes, financiadores, criadores e até do governador Renan Filho (PMDB), que usou o seu perfil na rede social para defender a prática da vaquejada. “Vaquejada é atividade recreativa e competitiva que virou esporte e tem seus heróis, os vaqueiros mais corajosos e hábeis. Sobretudo, vaquejada é festa em todos os cantos do Nordeste, herdeira das antigas ‘pegas de boi’ na caatinga. Ela precisa ser preservada porque é um patrimônio cultural de Alagoas e de toda a região nordestina.”

Em entrevista ao Alagoas 24 horas, os defensores da vaquejada alegaram que o STF não acompanhou a evolução da vaquejada, que hoje é legal, inclusive com assinatura de termos de ajuste de conduta (TAC) junto ao Ministério Público Estadual (MPE) e que não causa maus-tratos aos animais. Os defensores afirmam, ainda, que os regulamentos protegem os animais.

“Vamos entregar ao governador o regulamento da prática esportiva que é nacional e é totalmente contra os maus-tratos dos animais. Para gente não é nem vantagem, esses animais custam caro”, disse Celso Pontes de Miranda, presidente da Associação Alagoana de Cavalos Quartos de Milha (AVAQ).

Segundo Pontes de Miranda, a preocupação é que a decisão do Ceará sirva como jurisprudência para ser usada em Alagoas. “Esses animais são muito bem tratados. Eles recebem protetor de calda, areia, alimentação de primeira e tratamento veterinário”, garante o vaqueiro.

Levantamentos da associação dão conta de que Alagoas conta com mais de 500 pistas, sendo um gerador de 5 mil empregos. “A vaquejada movimenta mais de R$ 60 milhões em Alagoas segundo estudo da Ufal [Universidade Federal de Alagoas]”, disse.

Com isso, ainda segundo os praticantes, o objetivo da mobilização é mostrar à população a necessidade do esporte não acabar. Ambientalistas, no entanto, afirmam que lutam há mais de 20 anos pela proibição da vaquejada. Eles comemoraram a decisão do STF.

Protesto no Brasil

Em pelo menos seis estados nordestinos e o Distrito Federal se mobilizam simultaneamente na manhã de hoje. Bahia, Maranhão, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte registram em média a participação de 600 manifestantes. O local preferido para os protestos são as BRs que ligam os estados.