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PGR: Collor recebeu R$ 29 mi de propina da BR Distribuidora

Agência Brasil

Senador Fernando Collor de Mello em discurso no Senado

A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o senador Fernando Collor (PTC-AL) recebeu mais de R$ 29 milhões de propina entre 2010 e 2014 por meio de um contrato da BR Distribuidora, empresa da Petrobras.

A acusação é baseada no depoimento de delação do doleiro Alberto Yousseff e faz parte de denúncia enviada ao Supremo em março deste ano, mas que ainda não foi liberada para julgamento pelo ministro Teori Zavascki, relator do processo. As informações vieram à tona hoje porque o ministro retirou o sigilo da denúncia.

Para reparar os dados causados pelos supostos desvios, a PGR pede que o Supremo decrete a devolução de R$ 154,7 milhões e a perda da função pública de Collor, além do bloqueio de R$ 30,9 milhões em bens para garantir o ressarcimento aos cofres públicos.

De acordo com a PGR, existia “uma organização criminosa” na BR Distribuidora para desviar recursos públicos. Segundo os procuradores, além de Collor, estão envolvidos no suposto esquema a mulher do senador, Caroline Collor, e outros acusados, que atuavam como “operadores particulares” e “testas de ferro” no recebimento dos valores.

Carros de luxo

A denúncia afirma que o senador comprou carros de luxo com o dinheiro da suposta propina. Entre os veículos estão um Lamborghini, avaliada em R$ 3,2 milhões; uma Ferrari (R$ 1,4 milhão), um Bentley, e duas Land Rover. Em julho de 2015, os carros de luxo foram apreendidos na residência particular do senador em Brasília, conhecida como Casa da Dinda.

“Os automóveis foram pagos ou financiados por meio de empresas de propriedade do senador, como a Gazeta de Alagoas e a TV Gazeta de Alagoas, e, apesar de serem bens de uso pessoal, foram registrados em nome da Água Branca Participações, empresa de ocultação patrimonial do parlamentar”, afirma a PGR.

Desde o surgimento da denúncia, em 2015, Collor nega recebimento de propina. Segundo o senador, as acusações são ilações e generalidades de delatores.

Não há data prevista para o julgamento da denúncia no STF. Na Lava Jato, Collor responde a pelo menos seis inquéritos no Supremo.

Defesa

O Senador Fernando Collor de Mello repudia as ilações e pretensões formuladas pela Procuradoria-Geral da República em denúncia e aditamento oferecidos ao Supremo Tribunal Federal no primeiro semestre desse ano e não ainda apreciados por aquela Corte.

Todos os esclarecimentos relacionados às acusações descabidas foram encaminhados ao relator Ministro Teori Zavascki na defesa apresentada pelo Senador, com a demonstração de que seu patrimônio e sua movimentação financeira têm origem em tradicional grupo de comunicação de sua família, responsável pela impressão do principal jornal de Alagoas e pela maior emissora de televisão da região.

O Senador, até por sua experiência e trajetória pessoal, sabe que a acusação vil e irresponsável não prospera diante da verdade, confiando mais uma vez que o exame sereno da Justiça remeterá a ficção do Ministério Público Federal ao mais recôndito escaninho da história.