'Foi tudo muito repentino, é muita coisa na cabeça agora, então estou mais na minha', diz ao EGO o policial que ficou famoso após prisão de Eduardo Cunha.
Lucas Valença, que ficou conhecido como “Hipster da Federal” após chamar atenção pela beleza ao atuar na prisão de Eduardo Cunha, nunca havia pensado em ser modelo ou seguir uma carreira artística, apesar dos amigos o aconselharem a levar a possibilidade em consideração, mas ele simplesmente “não achava que tinha potencial para isso”.
Aprenda a manter o visual ‘lenhador’ do ‘Hipster da Federal’
Cinco dias depois de ganhar as manchetes dos principais veículos do país involuntariamente, o goiano, de 30 anos, nascido em Posse, cidade com apenas 33 mil habitantes, parece estar começando a se acostumar com a fama repentina. Só o Instagram do rapaz, que contava com aproxidamente 1 mil seguidores, ultrapassou o número de 200 mil. No Facebook, ele já não consegue mais receber solicitações de amizade. Recebeu mil em menos de 12 horas após o ocorrido.
Com a fala mansa, o morador de Brasília explica que nem nos sonhos mais loucos pensou que poderia se destacar trabalhando da maneira como aconteceu.
“Se eu soubesse, tentaria não aparecer. Fui escalado na hora e aconteceu, foi coincidência. Esse não era o objetivo, estava só fazendo o meu trabalho. Fiquei muito surpreso, não estava fazendo nada para que isso acontecesse. Depois da surpresa, fiquei em dúvida do que poderia acontecer. Por isso mesmo estava mais quieto”, diz ele, em entrevista ao EGO, se referindo ao fato de ter evitado o contato com a imprensa em um primeiro momento.
As milhares de mensagens nas redes sociais e as ligações que recebeu de amigos e familiares após a notícia se espalhar não o incomodaram. “Não me incomodou muito. Sei que daqui para frente, se continuar, poderia causar alguns incômodos, mas sou bem tranquilo”, comenta.
Formado em engenharia elétrica, Lucas diz não se ver como um galã e fala que o assédio nunca foi algo fora do normal. “Era igual a todos os meus amigos. Talvez chamasse um pouco de atenção pelo estilo diferente, mas nada acima da média”. Mas agora…
“Agora estou tentando digerir tudo que acontece. Tem muita gente me mandando mensagem, mas o contato é mais pelos meios virtuais. Ainda não saí muito na rua. Quando saio, algumas pessoas me reconhecem, me parabenizam ou pedem foto. Cantada ao vivo ainda não levei, mas as meninas são muito engraçadas nas mensagens. Falam ‘sou amiga do Cunha, me prende também’, ou ‘acaba comigo’. É estranho e engraçado”, confessa, aos risos.
Lucas tenta ler o máximo de comentários possível, mas acaba não conseguindo acompanhar tudo e, por isso, responde apenas uma parte do que recebe agradecendo o carinho dos internautas. Quanto as cantadas, tem evitado. O policial recebeu mensagens saidinhas de homens e mulheres e garante levar numa boa, apesar de não responder.
“Não me incomoda ter recebido mensagens de homens, apesar de só me interessar por mulheres, mas não respondi nenhuma. Foi tudo muito repentino, é muita coisa na cabeça agora, então estou mais na minha”, fala.
Com perfis em redes sociais para promover encontros como o Tinder e o Happen, ele garante que nem entrou nos seus perfis depois da fama: “Acho que vou dar um tempo”.
Ele garante não ligar para as piadas que escuta dos amigos, impressionados com o posto de galã alçado tão rapidamente, e ainda não sabe o que pretende fazer com os frutos da exposição. “Ainda não decidi. Antecipei minhas férias para poder participar das entrevistas, mas vou voltar ao trabalho exercendo o meu papel”, diz. “Vamos ver o que vai acontecer”.
Apesar de ter chamado atenção pelos cabelos e barba compridas, Lucas fala que não é vaidoso e muito menos mantém cuidados especiais de beleza. “Estou usando esse visual desde o ano passado. A barba tenho desde moleque e o cabelo sempre quis usar grande. Aí vi que algumas pessoas começaram a usar, deixei crescer um pouco e passei a amarrar atrás, só isso”, diz, desprentensiosamente.
“Não passo nada de especial, tomo banho com xampu e condicionador, normal. Estou achando esse interesse todo pelo meu visual muito engraçado porque o que apareceu mais foi isso, o estilo, mas eu nem sabia direito o que era ‘hipster’. Depois que fui ver”, conta, rindo.
Mesmo dizendo que não é vaidoso, ele confessa que manteve o look porque percebeu que isso o ajudou na hora dos flertes. “Ficou mais legal e as meninas estavam dando uma abertura maior. Percebi que estava chamando um pouco mais atenção, é mais diferente”, entrega o policial, que também vem recebendo muitas mensagens de seguidores interessados em suas tatuagens. Lucas tem quatro e pensa em fazer mais.
“Gosto de tatuagem. Todas têm um significado. A das costas é um carcará, símbolo do cerrado e da caatinga, que é de onde toda a minha família veio, do Nordeste. Para mim representa força, flexibilidade e família. No braço, tenho uma águia. No peito, tenho um camuflado com o número 26, que era o número que ui desginado num curso de operações especiais que fiz e onde fiz amigos, então todos fizeram a mesma tatuagem com seus respectivos números”, explica.
“Também tenho uma menor no antebraço, que é o retângulo de ouro, um símbolo geométrico que simboliza a perfeição para os gregos. Como sou engenheiro, gosto muito dessa área de exatas. Para mim é a soma de matemática, natureza e divindade”, conta.
Fã de esportes, especialmente lutas, Lucas diz que cuida do corpo pensando em saúde, então procura se alimentar bem e se manter ativo. Quem vê o físico atlético do goiano não imagina que na infância ele foi gordinho.
“Gosto muito de esportes desde moleque. Eu era gordinho quando criança, bem gordinho mesmo. Comecei a praticar esporte mais voltado para luta, que ainda hoje é o que mais gosto de fazer, mas nunca cheguei a faixa preta. Fiz jiu-jítsu, muay thai, karatê, kickboxing e também experimentei um pouco de kung fu, judô e krav magá”, enumera.
“Gostava e comecei a emagrecer naturalmente. Foi bom porque é algo que afeta as crianças, a autoimagem, as brincadeiras que os amigos fazem. Hoje em dia está na moda falar de bullying, mas não foi nada que me traumatizasse”, garante Lucas, que também se aventura em esportes radicais e tem como hobby saltar de paraquedas. No dia a dia, ainda arruma tempo para pedalar, nadar, correr e fazer musculação.
Para descontrair, Lucas costuma frequentar festas com os amigos solteiros e fazer churrascos, mas diz que tem fases caseiras em que prefere apenas ler um livro. Até hoje ele só teve um namoro firme, que durou dois anos, quando tinha 19. “Sou de deixar as coisas acontecerem”, comenta.
Segundo ele, as pretendentes que quiserem atrair os olhares do “hipster” precisam ter mais do que um belo visual. E, se forem loiras, ganham mais pontos. “Claro que a beleza é a primeira coisa que chama atenção, mas não mantém isso por muito tempo. O ideal é ser um menina bonita e gente boa, alguém de caráter. Não dá para ser uma menina fútil porque não me acho uma pessoa fútil, tem que ser alguém compatível. Beleza é uma coisa muito relativa, mas normalmente sou mais atraído por loiras. Queria até mandar um beijo para as minhas amigas do Paraná”, brinca ele, que já morou no Sul do país.
Quando o assunto é um possível ensaio sensual, titubeia: “Por enquanto não. Acho que não… Não sei. Acho que a exposição acaba indo longe demais… Ainda não cogitei”.