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Dólar fecha em queda e volta a R$ 3,10

Moeda dos EUA recuou 0,45%, cotada a R$ 3,1065 na venda. Com repatriação, aumenta movimento de entrada de dólares no Brasil.

Heloise Hamada/G1

Dólar opera em queda, abaixo de R$ 3,12

O dólar fechou em queda pelo 2º dia seguido nesta terça-feira (25) e recuou ao patamar de R$ 3,10, influenciado por fluxos de ingresso de recursos externos, que ofuscaram os movimentos pontuais de compra vistos pela manhã diante das baixas cotações da moeda norte-americana.

A moeda norte-americana caiu 0,46% sobre o real, cotada a R$ 3,1065 na venda, renovando o menor patamar de fechamento desde 2 de julho de 2015 (R$ 3,0960). Veja a cotação.

Acompanhe a cotação ao longo do dia:
Às 9h19, queda de 0,15%, a R$ 3,116
Às 9h39, queda de 0,11%, a R$ 3,117
Às 10h29, queda de 0,317%, a R$ 3,11
Às 11h19, queda de 0,24%, a R$ 3,1281
Às 11h59, alta de 0,27%, a R$ 3,1291
Às 12h39, alta de 0,11%, a R$ 3,1242
Às 13h29, alta de 0,26%, a R$ 3,1125
Às 15h20, queda de 0,49%, a R$ 3,1053
Às 16h19, queda de 0,37%, a R$ 3,1092

Queda de mais de 4% no mês

O dólar chegou a ser negociado em alta durante parte do pregão, depois que bateu pela primeira vez no dia a casa de R$ 3,10 reais e desencadeou ordens de compras para aproveitar a baixa cotação, segundo a Reuters.
Na mínima da sessão, a moeda marcou R$ 3,1023 e, na máxima, R$ 3,1381, segundo a Reuters. No mês de outubro até esta terça-feira, o dólar já recuou 4,47% ante o real. No ano, caiu 21,3%.

Operadores do mercado avaliavam que a tendência continua de queda do dólar diante da forte entrada de recursos externos por conta da regularização de recursos brasileiros lá fora, destaca a Reuters. A proximidade do nível de R$ 3,10, entretanto atraía compras, o que, segundo a Reuters, contribui para deixar a moeda um pouco mais volátil.

BC anuncia menor atuação

Mais cedo, profissionais comentavam que a pressão de baixa da moeda norte-americana também havia sido parcialmente contida pelo anúncio, feito na noite passada pelo BC, de que não anulará integralmente os swaps tradicionais – equivalente à venda futura de dólares – com vencimento em 1º de novembro, diante da previsão de entrada atípica de recursos e oscilações excessivas do câmbio perto do prazo para brasileiros repatriarem bens não declarados no exterior.

Segundo a assessoria de imprensa do BC, já foram rolados 50 mil contratos de swap tradicional com vencimento em 1º de novembro, equivalente a US$ 2,5 bilhões, mas ainda restavam cerca de US$ 3,150 bilhões.

Nesta manhã, o BC fez leilão de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares, vendendo o lote integral de 5 mil contratos, dos quais, no entanto, o vencimento de 1º de novembro respondeu por 3,9 mil.
O BC pode diminuir uma parte desses contratos nos próximos leilões de swap reverso ou até mesmo se concentrar em outros vencimentos.

Fluxo maior de recursos

A Receita Federal informou na véspera que R$ 33,1 bilhões já haviam sido arrecadados com a repatriação de recursos de brasileiros no exterior.

Segundo o BC, a entrada de dólares no Brasil superou a retirada de recursos em US$ 2,53 bilhões na parcial de outubro, até a última sexta-feira (21). Somente na semana passada, US$ 1,38 bilhão chegaram ao país. O ingresso de divisas acontece após dois meses de retiradas. Em setembro, a evasão de dólares, de US$ 5,5 bilhões, foi a maior em sete meses.

Já a ata da última reunição do Copom divulgada mais cedo identificou avanços na aprovação de medidas fiscais e aponta sinais de uma pausa no processo de desinflação de serviços. O BC vê espaço para queda gradual de juros, mas avaliará ritmo de corte. “O Comitê avaliará o ritmo e a magnitude da flexibilização monetária [redução da taxa básica da economia] ao longo do tempo, de modo a garantir a convergência da inflação para a meta de 4,5%”, destacou.