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“Ameaça” de tsunami vira brincadeira nas redes sociais

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“Ameaça” de tsunami vira motivo de brincadeira nas redes sociais

A repercussão da notícia de que a capital alagoana estaria na rota de um tsunami ganhou as mídias sociais neste feriado. O periódico foi publicado no último dia 30 e traz a informação de que uma onda gigante, de 500 km de extensão e 30 metros de altura pode atingir o Caribe e – em efeito cascata – chegar à costa alagoana.

A informação é antiga e num ritmo de vaivém (a exemplo da maré), volta a ser notícia, disseminando pânico e preocupação em todos que moram próximo à orla das cidades. Em tempos de redes sociais, no entanto, o ‘temor’ ganha tons cômicos.

De verídico, há apenas um alerta emitido no último dia 1º pela Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos de Alagoas, que alerta para ocorrência de ressaca entre as cidades de Maceió (AL) e Touros (RN). Segundo a Marinha, serão registradas ondas de 2.5 metros de altura das 0h do dia 2 de novembro às 12h do dia 5 de novembro.

Neste período, a Capitania recomenda que as embarcações de pequeno porte evitem navegar no mar, e que as demais embarcações redobrem a atenção quanto ao material de salvatagem, estado geral dos motores e casco, bomba de esgoto do porão, equipamentos de rádio e demais itens de segurança. Os alertas de ressaca são emitidos periodicamente pela Marinha, com base no seu monitoramento, não sendo nenhuma anomalia.

A reportagem do Alagoas 24 horas entrou em contato com o proprietário do periódico, Ildo Rafael, para saber as razões da publicação e ele informou que o objetivo era “desmistificar” a informação e que a matéria é clara ao afirmar que o tsunami é apenas uma ‘possibilidade’, além de ter se baseado em outras publicações de veículos de circulação nacional. “Inclusive no site a manchete tem um ponto de interrogação no final”, avalia.

Semarh

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) esclarece algumas informações de procedência duvidosa que estão sendo disseminadas nas redes sociais, em mídias como WhatsApp, além de uma publicação em um jornal veiculado em Maceió.

O geólogo da Semarh, Wilton Rocha, explica que o fenômeno tsunami ocorre, geralmente, nas regiões do Oceano Pacífico e não no Oceano Atlântico, onde está localizada a costa brasileira.

Segundo o geólogo, é no Oceano Pacífico que as movimentações de placas tectônicas acontecem e consequentemente quando o foco é no oceano, a tsunami se forma.

“O que acontece no Oceano Atlântico é o inverso do Oceano Pacífico. A placa tectônica da África se afasta da placa da América do Sul e não provoca qualquer tipo de choque. Ou seja, o que foi noticiado e disseminado sobre um alerta de emergência de um tsunami em Maceió é completamente falso”, ressalta o geólogo.

O meteorologista da Sala de Alerta da Semarh, Vinícius Nunes Pinho, explica que a notícia publicada no jornal, bem como o que tem sido replicado nas redes sociais, destoa do foco principal do trabalho de órgãos que atuam na prevenção de desastres naturais no Estado de Alagoas, a exemplo da própria Semarh, Defesa Civil Estadual e Corpo de Bombeiros.

“A prevenção de desastres naturais são trabalhos desenvolvidos de forma séria e o Estado de Alagoas tem se valido destas ações no constante monitoramento de riscos contra a população. Notícias como as que estão sendo repercutidas não atentam para a nossa atual realidade”, finaliza o meteorologista.