O autor dos disparos que ceifou a vida da estudante Dayse Larissa da Silva Melo, de 14 anos, Edvaldo Sabino Fidelis afirmou, durante julgamento ocorrido na manhã desta sexta-feira (18), no Fórum do Barro Duro, que estava marcado para morrer. Em juízo, ele respondeu as perguntas do promotor Anderson Barbosa e garantiu que estava na lista de desafetos do namorado de Dayse, um traficante identificado apenas como Ronaldo, e que a mesma estava ajudando.
“Ela tava me ponteando para o cara. Matei para não morrer… O Ronaldo matou um amigo meu, o Thiago, anos atrás, e por isso ele queria me matar”, disse.
Edvaldo disse ainda que conseguiu a arma do crime – um revólver calibre 38 – com uma terceira pessoa, identificada apenas como “Dumbo”. O mesmo não foi arrolado no processo por não ter sido identificado durante o inquérito policial.
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Além disso, o réu disse que o amigo Melkson Douglas Santos, que está sendo julgado junto com ele, não teria qualquer envolvimento na trama que culminou na morte da adolescente. “Eu fiz isso com medo do namorado dela porque eu seria o próximo da lista e ele queria me pegar, mas o Melkson não participou do crime”, garante o jovem.
Melkson é apontado pela promotoria como a pessoa que informou Edvaldo o momento em que a estudante saiu da Escola Estadual Ataíde Cavalcante Cabral. Com uma ligação de celular, Melkson disse a hora que a estudante saiu da instituição. Ela foi morta a tiros pouco tempo depois quando passava por um campo de futebol. Edvaldo que estava em uma moto conduzida pelo também amigo Dumbo. “A arma veio com o Dumbo. Eu chamei ele para dar um ‘passeio’ e ele foi”, disse o réu..
Vítima e réu tiveram um caso
Em relação a estudante, Edvaldo disse ainda que já teve um relacionamento com a menor, mas que foi apenas passageiro. “Eu fiquei com ela, mas faz muito tempo, foi só um beijo”, disse ao ser questionado pelo promotor sobre o envolvimento.
Em contrapartida, Edvaldo alegou que o namorado da jovem era uma “pessoa perigosa” na Santa Lúcia e que todos no bairro temiam. Segundo ele, a estudante teria levado a arma de fogo usada para matar o amigo do réu, Thiago, ao traficante. “Eu fiquei sabendo que ela levou a arma para o Ronaldo matar o Thiago… As pessoas de lá comentavam isso”, disse.
Ao final da fase de questionamentos, o réu demonstrou estar arrependido. “Se eu pudesse voltar atrás eu voltaria”, disse aos prantos.
O julgamento é presidido pela magistrada Lorena Carla Souto Maior e deve seguir até o período noturno.