Em Maceió, Marina Silva critica PEC dos gastos e da Reforma da Previdência

Em visita à Maceió, a porta-voz nacional da Rede Sustentabilidade, Marina Silva, repercutiu assuntos polêmicos do atual cenário político brasileiro. A ex-senadora foi até a sede da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), junto da vereadora Heloísa Helena, na manhã desta quarta-feira (07), para receber a Comenda Pastor José Antônio dos Santos. Na oportunidade, a porta-voz nacional da REDE comentou sobre a PEC da Reforma da Previdência Social e a conturbada PEC 55.

De acordo com Marina Silva, as duas propostas são questionáveis e, a princípio, prejudicam os trabalhadores. Nos dois casos, segundo Marina, faltou incluir a população no debate.

“A PEC da Aposentadoria acabou de ser apresentada e precisa ser analisada com tempo e profundidade para a sociedade. Ela tá mexendo com os direitos já adquiridos e os que ainda virão, é claro que precisamos resolver o problema do déficit da previdência, mas como eu falei anteriormente, já temos um primeiro absurdo que é o fato de contribuir quase 40 anos e esse é o absurdo dos absurdos”, disse a ex-senadora.

Na visão de Marina, o Brasil vive atualmente uma das piores crises políticas do país e tudo isso prejudica qualquer indicativo de reforma apresentada no atual cenário político. “Eu insisto, não é apenas ajuste fiscal, é ajuste Brasil, como vai se resolver problemas da previdência, educação e saúde com essa falta de credibilidade de quem tá fazendo?”, questiona.

Sobre a PEC 55, a ex-senadora aproveitou para criticar os representantes dos partidos PT e PMDB. Mantendo o mesmo discurso adotado durante o período de impeachment da presidente Dilma Rousseff, onde Marina foi favorável à saída da presidente e chegou, inclusive, a enfrentar um membro do próprio partido, o senador pelo Amapá, Randolfe Rodrigues, Marina afirma que a discussão de tetos dos gastos não é obra exclusiva do governo Temer, mas sim da ex-presidente.

“Nós temos que tratar adequadamente os problemas no Brasil. Havia um debate sendo feito com propostas de mudanças e essas propostas foram retiradas do trâmite correto da comissão do Senado que vinha debatendo com diferentes setores da sociedade e que se transformou em uma Medida Provisória, agora o conteúdo é praticamente o mesmo que estava na época da presidente Dilma. É por isso que eu sempre digo que PT e PMDB são faces da mesma moeda, porque um apresentou as propostas e o outro no poder transformou em uma MP de forma antidemocrática e que passa por cima do debate”, afirma.

Ainda segundo Marina, falta na PEC 55 ouvir os estudantes e os professores, os maiores prejudicados pela medida. “O que o governo do PT e PMDB fizeram foi atropelar o processo que vinha sendo feito pela sociedade de forma mais participativa”, complementa.