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Justiça incentiva apadrinhamento de crianças que vivem em unidades de acolhimento

Dicom/TJ

Juiz Ygor Figueirêdo

O projeto de apadrinhamento instituído em junho deste ano pela 28ª Vara Cível de Maceió segue beneficiando crianças e adolescentes que vivem em instituições de acolhimento da Capital. A iniciativa já existe em outros Estados e foi trazida para Alagoas pelo juiz Ygor Vieira de Figueirêdo, com apoio da equipe da unidade jurisdicional e da direção dos abrigos.

“O quantitativo de crianças e adolescentes que podem ser apadrinhados muda todo dia, mas hoje é algo em torno de 75. Já temos experiências exitosas em várias cidades do país e tenho certeza de que aqui em Maceió o projeto também será bem-sucedido”, afirmou o magistrado, que responde pela 28ª Vara Cível – Infância e Juventude.

Ainda segundo o juiz, o objetivo é proporcionar a reintegração social de crianças e adolescentes em acolhimento institucional. “Muitos deles ficam limitados apenas à realidade da instituição, não tendo a consciência da vida real e social. Na maioria das vezes, não sabem o que é família, ou a lembrança que conservam é de abandono e sofrimento, e ao completarem a maioridade são entregues à própria sorte”, ressaltou.

O juiz explicou que são três as modalidades de apadrinhamento previstas no projeto. A afetiva busca proporcionar um convívio mais direto. A criança ou adolescente passa a frequentar a casa dos seus padrinhos nos fins de semana e férias, para que tenha a noção do que é uma família. Nessa modalidade, exige-se que a diferença de idade entre padrinho e apadrinhado seja de 16 anos.

Na financeira, a pessoa pode pagar um curso profissionalizante ou um tratamento médico para o apadrinhado, por exemplo. A última modalidade é a de prestador de serviço, na qual a pessoa disponibiliza seu trabalho voluntariamente para atender as necessidades das crianças e adolescentes. Podem participar médicos, psicólogos, dentistas, fonoaudiólogos, professores, entre outros profissionais. Empresas também pode participar oferecendo seus serviços, como fez esta rede de supermercados da Capital.

Como participar

O público contemplado com o projeto vai dos seis aos 17 anos. Os interessados em apadrinhar devem preencher a ficha de inscrição disponível no site da Coordenadoria Estadual da Infância e da Juventude (Ceij), imprimi-la e levá-la até a 28ª Vara Cível, que funciona na rua Hélio Pradines, nº 600, na Ponta Verde. A ideia é que no futuro todo o processo seja feito de forma eletrônica.

Para os que vão participar da modalidade de apadrinhamento afetiva, exige-se ainda atestado de idoneidade (junto com a cópia do RG da pessoa que atesta) e atestado de saúde física e mental (feito por psiquiatra ou clínico-geral). Também são pedidas cópias do comprovante de residência, CPF e RG. A lista completa dos documentos pode ser vista aqui.

Depois de analisada a papelada, a equipe da unidade agenda uma entrevista e marca uma visita à casa dos padrinhos (a visita ocorre apenas no caso da modalidade afetiva).

“Espera-se que os resultados desse projeto venham a refletir direta e indiretamente na sociedade, uma vez que o vínculo poderá proporcionar a essas crianças e adolescentes a oportunidade de quebrarem o ciclo da exclusão e da invisibilidade social, possibilitando a conscientização e a construção de uma base mais sólida de cidadania”, destacou o magistrado Ygor Figueirêdo.