Foi bem mais sofrido do que o esperado, mas deu a lógica na final do Mundial de Clubes. Na manhã deste domingo, o Real Madrid foi surpreendido com dois gols do Kashima Antlers e precisou da prorrogação para ficar com o título, vencendo por 4 a 2 a decisão no estádio de Yokohama, no Japão.
A final parecia que seria tranquila para os campeões da Champions League, que abriram o placar com menos de dez minutos de jogo. O Kashima, porém, empatou no fim do primeiro tempo e foi buscar a virada no segundo. Só que apenas um time tinha Cristiano Ronaldo, decisivo com três gols.
A conquista sofrida faz com o que o Real se torne o maior campeão da história dos Mundiais, considerando tanto a antiga Copa Intercontinental, quanto a atual competição organizada pela Fifa. Até este domingo, o clube espanhol estava empatado com o Milan, com quatro títulos cada.
Para desempatar a lista, porém, o Real sofreu demais. No final do tempo regular, por sinal, foi o Kashima que pressionou e ficou muito perto do tento que o faria campeão – primeiro em chute de fora da área do brasileiro Fabrício que exigiu grande defesa de Keylor Navas, depois com o japonês Kanazaki.
Um fim inimaginável considerando que o Kashima sequer é dono do título continental asiático. O time foi o último a se garantir no Mundial, como campeão do Japão, país sede. Até o final, foi preciso vencer o Auckland-NZL, o Mamelodi Sundowns-AFS e todo o favoritismo do Atlético Nacional-COL.
A superioridade do Real parecia que ficaria clara desde o início, principalmente, depois que Benzema aproveitou rebote de finalização de Modric e abriu o placar aos nove minutos. Os espanhóis, contudo, diminuíram o ritmo e viram o Kashima atacar. Aos 44 minutos, Gaku Shibasaki deixou tudo igual.
Ao contrário do que se poderia imaginar, o empate não fez com que os japoneses recuassem no retorno do intervalo e, com apenas sete minutos, Shibasaki se tornou candidato a herói ao virar para o Kashima. O camisa 10 abriu espaço em meio a defesa do Real e venceu Navas em chute de fora da área.
Para voltar ao jogo, o Real não teve facilidade. O Kashima mostrou que também poderia se defender bem, mas um pênalti aos 14 minutos acabou decretando o empate. Shibasaki puxou, e Yamamoto completou a falta em Lucas Vásquez dentro da área, e Ronaldo não desperdiçou na cobrança.
O atacante português, que marcou seu 500º gol pelo Real na semifinal, buscou a bola no fundo das redes e mostrou que queria jogo na decisão. Seu show, porém, só ficou completo na prorrogação, quando, enfim, a defesa do Kashima voltou a sucumbir ao poderio do ataque merengue.
O primeiro gol do Real no tempo extra saiu aos oito minutos, com Ronaldo aproveitando desatenção da marcação e recebendo passe de Benzema sozinho na área para marcar. Pouco depois, aos 13, o camisa 7 praticamente decidiu o título, aproveitando chute ruim de Toni Kroos e fuzilando Sogahata.
Sofrimento e título à parte, a vitória também mantém a série invicta do Real, que chega a 37 jogos sem perder. Por outro lado, o Kashima fez com que um europeu voltasse a sofrer dois gols em uma final de Mundial pela primeira vez desde 2007, quando o Boca Juniors perdeu para o Milan também por 4 a 2.
Além de 2016, o Real Madrid já havia conquistado o Mundial da Fifa em 2014, no Marrocos; e a Copa Intercontinental em três oportunidades, em 2002 (Olimpia-PAR), 1998 (Vasco-BRA) e 1960 (Peñarol-URU) – esta última a primeira edição do torneio.
FICHA TÉCNICA
REAL MADRID-ESP 4 X 2 KASHIMA ANTLERS-JAP
Local: Estádio Internacional de Yokohama, em Yokohama (Japão)
Data: 18 de dezembro de 2016, domingo
Horário: 8h30 (de Brasília)
Árbitro: Janny Sikazwe (Zâmbia)
Assistentes: Jerson dos Santos (Angola) e Viktor Kassai (Hungria)
Cartões amarelos: Casemiro, Carvajal e Sergio Ramos (Real Madrid); Yamamoto e Fabrício (Kashima Antlers)
Gols: REAL MADRID: Benzema, aos nove minutos do primeiro e Cristiano Ronaldo, aos 15 do segundo tempo e aos oito e aos 13 minutos do primeiro tempo da prorrogação; KASHIMA ANTLERS: Shibasaki, aos 44 minutos do primeiro e aos sete minutos do segundo tempo.
REAL MADRID: Keylor Navas, Daniel Carvajal, Raphael Varane, Sergio Ramos (Nacho) e Marcelo; Casemiro, Toni Kroos, Luka Módric (Kovacic) e Lucas Vazquez (Isco); Cristiano Ronaldo (Morata) e Karim Benzema
Técnico: Zinedine Zidane
KASHIMA ANTLERS: Hitoshi Sogahata, Gen Shoji, Naomichi Ueda e Shuto Yamamoto; Shoma, Atsutaka Nakamura, Mitsuo Ogasawara (Fabrício), Gaku Shibasaki e Yasushi Endo (Ito); Daigo Doi (Suzuki) e Mu (Akasaki)
Técnico: Masatada Ishi