O Programa de Cessação do Tabagismo, em funcionamento há dois anos, cadastrou 1.114 pessoas interessadas em largar o vício do cigarro. Esse ano, das 235 pessoas que participaram do grupo do II Centro de Saúde, na Praça da Maravilha, 120 delas pararam de fumar. Dos 115 restantes, 60 continuam em tratamento, 25 estão reiniciando e 30 abandonaram o tratamento.
“Ficamos satisfeitos com 52% de sucesso no grupo”, ressalta a coordenadora do Núcleo de Tabagismo, Gilda Teodósio.
O automatismo (hábito automático de pegar o cigarro, levar a boca, acendê-lo e pitá-lo) é também um problema difícil de ser superado no início do tratamento.
Os grupos de fumantes têm reuniões mensais, que depois passam a ser quinzenais, com duração de uma hora e meia. Uma equipe multidisciplinar utiliza a metodologia preconizada pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) do Ministério da Saúde.
Programa
O método de estudo é baseado no conteúdo de quatro livretos lançados pelo Inca: Entender por que se fuma e como isso afeta a saúde, Os primeiros dias sem fumar, Como vencer os obstáculos para permanecer sem fumar e Benefícios obtidos após parar de fumar.
O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável no mundo. A organização estima que um terço da população mundial adulta, isto é, cerca de um bilhão e 200 milhões de pessoas, seja de fumantes.
O Inca indica que no Brasil morrem cerca de 200 mil pessoas todos os anos em consequência do hábito de fumar. Há 10 anos foram atribuídas ao tabagismo cerca de 180 mil mortes de brasileiros de 35 anos ou mais. As quatro principais causas de morte relacionadas ao tabagismo foram doença pulmonar obstrutiva crônica, doença isquêmica do coração, câncer de pulmão e doenças cerebrovasculares.
O primeiro núcleo de combate ao tabagismo do município de Maceió foi inaugurado em 2014 no II Centro de Saúde, na Praça da Maravilha. Integrado por uma equipe multidisciplinar esse núcleo tem por finalidade reunir pessoas com o desejo e a necessidade de largar o vício do cigarro.
Hoje, o Programa de Cessação do Tabagismo já descentralizou os serviços. Fora o pioneiro, o II Centro de Saúde da Praça da Maravilha, há núcleos no CAPS Ad Everaldo Barbosa (com 50 pessoas em tratamento), Unidade de Saúde Dídimo Otto Kummer (20 pessoas em tratamento), Unidade de Saúde Aliomar Lins (20 pessoas em tratamento), Hospital Universitário – que este ano teve 132 pessoas, das quais 70 pararam de fumar, 30 estão em manutenção e 32 abandonaram, e a Uncisal – dos 40 pacientes, 28 pararam e 12 desistiram.
“Sabemos o quanto é difícil largar o vício de fumar, por se tratar de uma dependência química. Os fumantes que participam dos grupos são auxiliados com a ajuda da goma de mascar e do adesivo, que têm a função de suprir a carências dos hormônios que dão a sensação de ‘falso prazer’ provocado pelo ato de fumar, que normalmente é o que faz que o candidato a largar o vício, desista nas primeiras 72 horas”, salientou Gilda.
A partir de janeiro de 2017, o II Centro de Saúde abrirá uma nova turma com 80 pacientes. Para o próximo ano, também está prevista a implantação de outros Núcleos de Cessação do Tabagismo em parceria com Núcleo de Atenção à Saúde da Família (Nasf). O primeiro deve ser inaugurado em uma unidade de saúde pertencente ao II distrito sanitário da capital.