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Movimentos contrários à permanência de Michel Temer (PMDB) na presidência prometem tornar indigesta a visita do político a Alagoas. Apesar da tímida divulgação de sua vinda ao Estado, a primeira visita oficial do presidente deve ser marcada muito mais por protestos do que pelo anúncio do programa de combate à seca.
Imprensa
Temer deve anunciar a liberação de R$ 15 milhões para cidades alagoanas que sofrem com a longa estiagem, mas ele ainda nem chegou e sua passagem por Alagoas já traz os primeiros sinais de mal-estar com a imprensa local. Uma série de exigências para o credenciamento da cerimônia tornou inviável e em alguns casos impossível a presença de jornalistas no local. A obrigatoriedade de documentos como contrato de trabalho, impossibilitou a presença no evento de profissionais liberais e da nova geração, conhecidos como ‘mídia alternativa’ ou ‘imprensa livre’, que não terão acesso ao Centro de Convenções, onde será oficializado o lançamento do programa.
Política
‘Rivais políticos’ como o governador Renan Filho (PMDB) e o prefeito Rui Palmeira (PSDB) também devem dividir espaço e atenção de Michel Temer no salão.
Movimentos contrários a Temer irão se concentrar na Praça Marcílio Dias, no bairro do Jaraguá e devem se deslocar até o local da cerimônia para pedir a saída do presidente do cargo que assumiu depois de um grande acordo entre partido oposicionista que forçaram a saída de Dilma Rousseff através de um processo de Impeachment controverso.
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Crise
Apesar de o primeiro discurso de Michel Temer ter sido marcado por frases de efeito como ‘ponte para futuro’ e a orientação de ‘não fale em crise, trabalhe’, o governo peemedebista não tem seguido os próprios conselhos e adota uma série de medidas que caminham na contramão do progresso, enquanto crise é uma das palavras mais usadas por Temer. Mais do que isso, o presidente tem se apoiado neste discurso para justificar todas as medidas que o levaram à menor popularidade de todos os governos republicanos do Brasil.
Lava Jato
Durante pronunciamento oficial, em mensagem natalina aos brasileiros, Temer fez críticas ao governo do PT e ‘profetizou’ um Natal melhor em 2017, mas não fez qualquer referência aos seus seis ministros que saíram de um governo com pouco mais de 100 dias – cinco deles afastados por denúncias de envolvimento direto com corrupção. O próprio Temer é um dos políticos mais citados na Lava Jato. Somente a Odebrecht teria repassado R$ 10 milhões a pedido de Temer para ele e políticos da base aliada. Outra empreiteira, a Andrade Gutierrez, divulgou imagem de um cheque nominal a Temer no valor de R$ 1 milhão que, de acordo com Otávio Azevedo, ex-presidente da empreiteira, era referente ao pagamento de propina.