Nesta quinta-feira (29), completam-se três anos do acidente sofrido por Michael Schumacher enquanto esquiava na estação de Méribel, nos Alpes Franceses, e bateu a cabeça numa rocha, sofrendo um traumatismo craniano grave. Desde então, quase nada de concreto foi divulgado e a situação do heptacampeão é cercada de boatos.
A família, liderada pela esposa Corinna, a empresária Sabine Kehm e o advogado Felix Damm defendem o direito à privacidade. Mesmo sendo uma figura pública, as pessoas que o cercam se recusam a dar qualquer notícia a respeito do seu estado de saúde, da sua recuperação após estar internado em uma UTI em sua própria casa, na Suíça.
A falta de notícias sempre deu margem a muitos rumores e, no terceiro ano após o acidente, não foi diferente. Dessa vez, boatos de que o heptacampeão estava à beira da morte se espalharam em maio, e uma declaração bastante negativa de Jean Todt deu peso a eles. No fim, eram tão somente rumores. Como tantos outros.
Os dois primeiros anos foram marcados por rumores acerca do peso do heptacampeão. O ‘Daily Express’, por exemplo, chegou a informar que Schumacher estava com menos de 45 kg. Nesse aspecto, pelo menos, os boatos diminuíram, muito pela insistência de Sabine ao dizer que a família quer privacidade e não indo além de dizer que a situação é “muito difícil”.
Luca di Montezemolo teve dois momentos sobre Schumacher em 2016. Dirigente histórico da Ferrari nos tempos de glória do alemão, o italiano começou o ano com grande pessimismo, mas não demorou muito para garantir que o heptacampeão estava reagindo. Ross Brawn, enquanto isso, foi no caminho oposto, primeiro dizendo que Michael demonstrava “sinais encorajadores” e, depois, voltando atrás.
O cerco e o sigilo em torno da condição clínica do heptacampeão impedem, desde o início, que seu antigo empresário, amigo e uma das figuras mais marcantes da sua trajetória no esporte, Willi Weber, o visite em sua casa na Suíça. E essa história teve mais um capítulo em 2016, quando Weber contou que estava “sofrendo como um cão” pela falta de informações.
2016 marcou também a entrada de Michael nas redes sociais. Obviamente, sua equipe vem controlando postagens, mas se engana quem pensa que vai encontrar algo de diferente de fotos e vídeos de antigas conquistas do heptacampeão. No fim das contas, são perfis de homenagem ao alemão.
No início do ano, o jornal espanhol ‘Marca’ afirmou que o estado de Schumacher ainda era frágil, mas não mais crítico. A publicação alemã ‘Bunte’ foi além e disse que o heptacampeão conseguia andar, mas a família do alemão tratou de negar isso rapidamente e ainda abriu processo.
O ano, que marcou os 1000 dias do acidente no final de setembro, terminou com uma situação inacreditável. Um paparazzo tentou vender à imprensa europeia uma suposta foto de Schumacher deitado em casa por aproximadamente R$ 4,2 milhões. A promotoria alemã afirmou que as fotos violam “o âmbito privado da vida de Schumacher” e estão com uma investigação em curso para precisar o que aconteceu no incidente do paparazzo.
Não foi a primeira vez que algo relacionado a Michael é roubado. Em 2014 um funcionário da empresa de ambulâncias aéreas que transportou Schumacher afanou o prontuário médico do maior vencedor de provas da história da F1 e tentou vender, mas ninguém comprou e ele acabou preso. Em seguida, se suicidou na prisão em que estava.
Apesar de todo o silêncio e o cerco em volta da família, os Schumacher seguem suas vidas. A vida tem de seguir, afinal. Mick, filho do heptacampeão, em 2017 estará no grid da F3 Europeia, uma das principais categorias de acesso à F1, tendo a chance de dividir curvas contra Pedro Piquet, filho mais novo do tricampeão Nelson Piquet.
Maior campeão da história da F1 e tido pela maioria dos fãs de automobilismo como o grande piloto de todos os tempos, Schumacher completa 48 anos no próximo dia 3 e segue em uma batalha bastante misteriosa para quem não está dentro de sua casa.