A Celebration Entretenimento apresentou à imprensa alagoana, nesta quinta-feira, 5, a versão apurada por um especialista em segurança, contratado pela empresa de eventos, para tentar esclarecer o que de fato ocorreu com a turista paulista Jéssica de Violin, de 32 anos, que foi atingida por um disparo de arma de fogo durante a festa de réveillon.
Durante a entrevista, o especialista Daniel Saraiva explicou que inicialmente foram analisadas duas possíveis versões para o caso: que a vítima tivesse sido atingida antes ou depois de entrar no evento.
Imagens de circuitos de segurança mostram que Jéssica entrou no espaço, montado em Jacarecica, às 23:40, sem ferimentos. Saraiva afirma que os estudos balísticos comprovam que o tiro que atingiu a vítima foi disparado fora do evento, a uma distância média de 500 metros.
Após exame de balística foi comprovado que a bala que atingiu a vítima é do tipo expansivo, de ponta oca, Gold 380, compatível com pistola semi-automática de uso regulamentado. O que isso quer dizer? Daniel Saraiva explica: “Esse tipo de bala é o mais potente de munição permitida, comumente usado pelas forças policiais. Quando ela atinge o corpo se abre e tem grande poder de paralisação”, explicou.
De acordo com o especialista o projétil foi disparado há uma certa distância, já que se manteve intacta. Também não foi encontrado resíduos de pólvora no corpo da vítima, nem tampouco, sinais de esfumaçamento ao redor do trauma, como é comum em ferimentos de curta distância.
Outro ponto de discussão seria a posição de entrada da bala. Exames de raio-x comprovam que o projétil atingiu a vítima de cima para baixo. O especialista afirma que isso significa dizer que o disparo foi efetuado para o alto. “Tendo disparado para o alto, a bala atingiu certa altura, com alta velocidade, depois foi perdendo forças até atingir a vítima, que não percebeu se tratar de um tiro no momento”, analisa.
Sobre o autor do disparo
Ainda durante a entrevista o especialista esclarece que no momento em que a vítima foi atingida outras três ocorrências aconteciam nas proximidades do evento e que podem levar à conclusão das investigações: um tumulto na Vila Emater, a cerca de 500 metros do réveillon; uma discussão no estacionamento da sede da OAB-AL, a 400m do local; e um policial teria disparado na praia de Jacarecica, a menos de 200 metros de distância, mas que a elucidação do ocorrido é de responsabilidade da segurança pública e que todo o material reunido pela empresa foi entregue ao delegado responsável pelo caso, Robervaldo Davino, que deve concluir o inquérito em até 30 dias.
Posicionamento da Empresa
O assessor jurídico da empresa, Antonio Melo, afirmou ainda que, ao contrário do que os amigos da vítima disseram, houve revista com detectores de metais na entrada no evento e que seria impossível o disparo ter acontecido no espaço da festa, pois além disso, nenhum dos agentes contratados para fazer a segurança do evento portava armas e todo o evento era monitorado por câmeras, através das quais foi possível identificar todo o trajeto da vítima durante a festa.
A respeito do atendimento prestado ele disse que Jéssica de Violin deu entrada no posto de atendimento de bombeiros civis às 00h14 e foi levada à ambulância de tipo UTI às 00h46, para ser conduzida ao hospital, tempo no qual foi prestado atendimento médico, psicológico e de enfermaria. “O atendimento a Jéssica foi rápido e responsável. O tempo que ela ficou no nosso posto de atendimento foi apenas o necessário para a estabilização da paciente e do ferimento”, explicou.
Sobre os vários vídeos que tem circulado na internet e têm sido atribuídos ao evento, o assessor afirmou que eles na verdade dizem respeito a outras festas, o que pode ser comprovado pelo fardamento de garçons e seguranças e pulseiras de identificação dos participantes que aparecem nas imagens.