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Novo mínimo vai gerar R$ 84 a mais de encargos trabalhistas

Ascom/Fecomércio

Wilton Malta – Presidente da Fecomércio

Desde o dia 1º de janeiro passou a vigorar o salário mínimo de R$ 937,00, um aumento equivalente a 6,47% em relação ao valor anterior de R$ 880,00. O decreto que atualiza o valor foi publicado na última sexta-feira, dia 30 de dezembro de 2016.

De acordo com o governo, com um aumento de R$ 57 o novo mínimo deve gerar um incremento de R$ 38,6 bilhões nos salários dos brasileiros em 2017, o que correspondente a 0,62% do PIB. Segundo o decreto, o valor diário do salário mínimo corresponderá a R$ 31,23 e o valor horário, a R$ 4,26. Não houve aumento real, pois o valor apenas repõe a inflação do período.

Em Alagoas, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), estima que 650 mil pessoas recebam entre meio (1/2) e dois salários mínimos. Entre os que recebem um salário, os R$ 57 de aumento significam R$ 84 a mais de encargos trabalhistas que a empresa terá de pagar, resultando em R$ 1.092 (12 meses e o décimo terceiro) que o empregador terá de desembolsar por cada funcionário.

O presidente da Fecomércio, Wilton Malta, lembra que o impacto para o empregador não é de apenas R$ 57, pois as empresas também serão afetadas pelos tributos incidentes na folha salarial. “O piso salarial do nosso varejo geralmente é superior ao mínimo, o que eleva ainda mais a conta para os empresários do setor num contexto econômico no qual o varejo enfrenta uma redução no volume de vendas”, observa. Atualmente, Alagoas possui 372.455 funcionários com carteira assinada, dos quais 225.876 são do Comércio, o que representa 60,64% das contratações do Estado.

Na prática, o aumento líquido para quem não possui dependentes foi de R$ 52,44 em relação ao salário mínimo praticado em 2016, e como existem 382 mil pessoas economicamente ativas que sobrevivem com 1 salário mínimo em Alagoas, isso significa uma injeção de R$ 20.032.080 milhões na economia estadual. Entre os usuários do INSS, calcula-se que 494 mil alagoanos recebem aposentadorias, benefícios ou pensões. Deste universo, 40% recebem apenas 1 salário mínimo, ou seja, 197.600 pessoas irão receber o aumento de R$ 57, significando mais R$ 11.263.200 circulando na economia.