A dívida do Palmeiras com Paulo Nobre será reduzida de forma considerável nos próximos dias. Com as receitas que tem para receber em janeiro, relativas à assinatura com o Esporte Interativo e à venda de Gabriel Jesus, o clube vai repassar cerca de R$ 45 milhões para seu ex-presidente.
O Palmeiras está devolvendo o dinheiro aportado por Paulo Nobre em dois fundos criados especificamente para isso.
A primeira parte da dívida começou em R$ 103 milhões e já foi reduzida para aproximadamente R$ 66 milhões. Neste caso, o clube repassa mensalmente 10% de sua renda bruta – fontes de receita que surgiram depois de setembro de 2014, quando esse modelo de pagamento foi aprovado, não entram na conta.
A segunda parte da dívida é de aproximadamente R$ 45 milhões e será totalmente quitada agora. Neste caso, o clube começou pagando parcelas mensais de R$ 800 mil e depois reduziu o valor para R$ 400 mil, o que praticamente só quitava os juros da operação.
A dívida com Paulo Nobre, então, ficará restrita aos R$ 66 milhões do primeiro fundo. Isso sem contar a construção do centro de excelência na Academia de Futebol, que ele ajudou a se tornar realidade como “presente” para o clube, e ao aporte que fez diretamente na contratação de jogadores.
Também são dois “pacotes”. O primeiro tinha o valor de R$ 43 milhões, dinheiro investido nas contratações de Leandro, Mendieta, Cristaldo, Allione, Mouche e Tobio. Os direitos dos jogadores foram registrados em nome de uma empresa parceira de Paulo Nobre e o ex-mandatário vai recuperando o que investiu na medida em que eles são negociados. Se a quantia total das vendas superar R$ 43 milhões, o excedente fica com o Palmeiras.
Mais recentemente, Nobre pagou R$ 2,5 milhões por Róger Guedes e R$ 12 milhões por Yerry Mina (este valor ainda não está quitado, restando duas parcelas). Como não é mais permitido registrar jogadores em nome de empresas, esses R$ 14,5 milhões são documentados como dívida do Palmeiras, mas a devolução do dinheiro deve ocorrer no mesmo modelo do pacote anterior, só quando os jogadores forem vendidos e com lucro, se houver, para o clube.
Ao longo de seus dois mandatos (entre 2013 e 2016), Paulo Nobre colocou dinheiro do próprio bolso para “a roda não parar de rodar”. Apesar de apresentar ótimos resultados do ponto de vista contábil – as contas do ano passado foram fechadas com superávit de quase R$ 90 milhões -, o Verdão segue enfrentando problemas com o fluxo de caixa. Isso acontece porque nem todo o valor que é considerado superávit está à disposição para uso imediato.
No fim do ano passado, Nobre fez de Maurício Galiotte o seu sucessor. Hoje, porém, os dois já não mantêm relação por desavenças ligadas à candidatura de Leila Pereira, dona da Crefisa, a um lugar no Conselho. Nobre está totalmente afastado do dia a dia.