O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta terça-feira (31) ter sido escolhido “por aclamação” para ser o novo líder da bancada do PMDB na Casa, a partir de fevereiro.
A escolha do nome de Renan foi feita durante reunião da maioria da bancada peemedebista na residência oficial do Senado – no encontro, os senadores do partido definiram que Eunício Oliveira (CE) disputará a presidência (a eleição será nesta quarta, 1º).
“A bancada, por aclamação, me indicou líder, mas eu estou refletindo. Até amanhã [quarta], temos longas horas, estou conversando para que não tenha divisão no partido, para que as pessoas ocupem os lugares que lhe são devidos para cumprir um melhor papel. Eu vou refletir um pouquinho mais”, disse Renan Calheiros.
Ao longo das últimas semanas, Renan articulou junto a colegas de bancada para ocupar a liderança do partido, mas houve resistência por parte de alguns senadores por ser alvo de investigações da Operação Lava Jato.
Logo após dar a declaração, Renan foi questionado sobre a qual “divisão” se referia, mas não respondeu à pergunta.
Na entrevista desta terça, o presidente do Senado aproveitou para elogiar a decisão da bancada de definir como candidato Eunício Oliveira.
A candidatura de Eunício Oliveira, no entanto, ainda não foi oficializada junto à Secretaria-Geral da Mesa do Senado.
Até a última atualização desta reportagem, o peemedebista tinha como concorrente ao comando da Casa somente o senador José Medeiros (PSD-MT), que já havia anunciado a candidatura, mas também não havia a oficializado.
Nesta terça, José Medeiros se reuniu com os senadores Cristovam Buarque (PPS-DF), Lasier Martins (PSD-RS), Dário Berger (PMDB-SC), Roberto Requião (PMDB-PR) e Cidinho Santos (PR-MT) para debater sobre as propostas que tentará colocar em prática, caso seja eleito. Os senadores que foram à reunião, contudo, não declararam que vão votar em Medeiros.
A 24 horas da eleição que vai definir o novo presidente do Senado, parlamentares da oposição ainda não definiram se votarão em Eunício Oliveira ou lançarão candidatura própria
Segundo o G1 apurou, seis dos dez senadores do PT, por exemplo, são contra votar em Eunício Oliveira porque, apesar de o peemedebista evitar fazer declarações sobre a ex-presidente Dilma Rousseff, votou a favor do impeachment e é aliado ao presidente Michel Temer.
Lindbergh Farias (PT-RJ), Fátima Bezerra (PT-RN), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Regina Sousa (PT-PI), Ângela Portela (PT-RR) e Paulo Paim (PT-RS) se opõem a ideia de votar em Eunício.
Já o líder do partido,
Humberto Costa (PT-PE), Paulo Rocha (PT-PA), Jorge Viana (PT-AC) e José Pimentel (PT-CE) defendem que seja respeitada a proporcionalidade das bancadas na composição da Mesa Diretora, o que significaria apoio à candidatura de Eunício.
Esses petistas estão receosos com a possibilidade de a legenda ser excluída da Mesa Diretora do Senado caso o PT apoie um candidato da oposição.