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Prefeitura de SP recua em postagem ‘desastrada’ sobre assédio no carnaval

Postagem com o viral "Já acabou, Jéssica?" causou polêmica por sugerir que as mulheres tolerassem abusos e evitassem brigas

Após revolta por postagem no Facebook que relativizava o assédio sexual contra as mulheres durante o carnaval, a prefeitura de São Paulo reconheceu o erro e, em nova publicação, pediu desculpas e passou a afirmar o apoio no combate aos abusos.  Na quarta-feira (22), a comunicação que desagradou internautas trazia a exclamação “Já acabou, Jéssica!” (uma referência ao meme “já acabou, Jéssica?”, em que duas garotas brigam na rua), acrescida da mensagem “Briga estraga a folia. Agora é paz, amor e Carnaval”. A postagem foi interpretada como sugestão para que as mulheres se calassem frente ao assédio durante a folia e ignorassem qualquer abuso. Foram inúmeras as mensagens de indignação.

A prefeitura ainda tentou se explicar, alegando que a postagem não tratava de assédio, mas para que “mulheres, meninas, homens e meninos saibam relevar coisas banais”. Contudo, a publicação trazia a hashtag #CarnavalSemAssédio, caracterizando a contradição e piorando a avaliação popular sobre a campanha.

Uma nova postagem, publicada ainda ontem (23), agora diz “Seja no bloco ou no altar, não é NÃO! Insistir é constrangedor. É ASSÉDIO e é CRIME”. A prefeitura pediu desculpas, e passou a afirmar que apoia a campanha #CarnavalSemAssédio, e orienta a denunciar os casos de abuso:

“Soltamos nesta quarta uma postagem referente a brigas nos blocos, que infelizmente pôde ser interpretada como ligada ao tema assédio. Pedimos desculpas a todos que se sentiram ofendidos. A Prefeitura de São Paulo repudia qualquer atitude de assédio, agressão ou violência e incentiva as vítimas a não se calarem, além de apoiar a iniciativa do Catraca Livre chamada “Carnaval Sem Assédio”, o que explica a hashtag #CarnavalSemAssédio, presente desde o início da comunicação de carnaval. Esse tipo de coisa não deve ser tolerada. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual é crime. Não é NÃO! Se testemunhar ou for vítima, DENUNCIE!!”

Divulgação

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