Em depoimento, suspeitos relatam que garoto foi atacado por enxame de abelhas
Dando continuidade às investigações sobre a morte do garoto Samuel Gomes dos Santos – encontrado morto no dia 9 de março em uma mata aberta, no bairro de Chã da Jaqueira – a delegada Daniela Alves colheu, durante toda a manhã desta quarta-feira (15), depoimentos dos menores que estariam com menino de apenas sete anos, quando da sua morte.
Apesar de o laudo preliminar emitido pelo IML de Maceió atestar morte por enforcamento, os amigos de Samuel que estariam com ele na última vez antes de seu desaparecimento, alegam que o menino foi atacado por um enxame de abelhas.
Na versão dos meninos – todos menores – eles e Samuel foram até uma mata situada por trás da cavalaria da Polícia Militar colher algumas mangas. Em determinado ponto, o grupo viu um sofá no meio da mata e um dos adolescentes teria espalmado o sofá, quando o grupo foi surpreendido por um enxame de abelhas.
Quatro dos garotos fugiram do local, enquanto Samuel, o mais novo do grupo, teria sido atacado pelas abelhas. Em conversa com o Alagoas24horas, o pai de um dos garotos relatou que o filho disse a ele em prantos que ainda tentou voltar para salvar Samuel, puxando ou menino. “Agora eu não me lembro se ele disse que puxou pelo braço ou pela perna, mas ele falou que ainda tentou puxar ele, mas tinha muita abelha e ele foi embora. Inclusive ele foi picado por uma. Quando fiz um carinho nele sábado à noite (4 de março) percebi a orelha inchada e ele desconversou. Depois que fui intimado e pressionei ele para saber o que aconteceu, ele contou essa história da abelha e lembrou desse momento, dizendo que o inchaço tinha sido uma picada de abelha. Eu acredito no que ele está dizendo. Não acho que ele bateu no menino, disse o pai de um dos menores.
Foi também desse pai a declaração de que o filho ouviu pela vizinhança a informação de que o menino havia apanhado. Em nenhum momento pai ou filho fizeram qualquer menção a enforcamento.
Em declaração ao Alagoas24horas, a delegada responsável pelo caso, Daniela Alves, afirmou ontem que seria prematuro apontar a causa da morte, já que o corpo havia sido encontrado em avançado estado de decomposição. A delegada negou que também pudesse ser atestado qualquer indício de violência sexual, mas declarou que o corpo estava parcialmente carbonizado.
A mãe de outro menor, também suspeito na morte, relatou que o filho nega ter assassinado o garoto e que ele diz que estava em casa. Para a mãe, a polícia chegou ao filho dela por que vizinhos podem ter relatado a relação dele com Samuel. “Eles eram amigos, viviam brincando, mas eu não gostava por que o Samuel era bem menor do que ele, mas ele ia lá em casa para chamar meu filho para brincar. Meu filho nunca foi de bater nele, nem gostava que ninguém batesse. O que ele disse foi que as abelhas atacaram o menino.”
É também desta mãe o relato de que moradores do bairro estão ameaçando seu filho de morte e que um vídeo de um morador do bairro circula na internet, nas imagens ele disse que arrancaria a cabeça do filho dela. “Ele não está mais nem indo para a escola,” contou a mãe que terá a identidade preservada.
O laudo preliminar do IML não traz indício de que o corpo foi queimado. O laudo preliminar confirma apenas a causa principal da morte para constar na declaração de óbito. Neste laudo o IML confirma o enforcamento, mas um laudo definitivo deve ser emitido no prazo de dez dias que trará todas as questões técnicas ainda pendentes.
Relembre o caso
Polícia investiga morte de garoto de 7 anos encontrado morto na Chã da Jaqueira
Oito corpos dão entrada no IML de Maceió; Três são vítimas de violência