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PC aponta adolescente de 13 anos como autor do assassinato do menino Samuel

João Urtiga / Alagoas 24 Horas

Coordenador da DH, Fábio Costa, e Daniela Alves

Para a delegada Daniela Alves não restam dúvidas, o autor do assassinato do menino Samuel Gomes dos Santos, de sete anos, é um adolescente de 13 anos, cuja identidade e imagem não podem ser divulgadas conforme prevê a legislação.

Para a delegada, o menor matou Samuel por enforcamento após o menino chutá-lo e agredi-lo com palavras de baixo calão. Três crianças de 9, 10, e 12 anos presenciaram o crime e esconderam o fato, segundo a polícia, por medo e coação do adolescente.

Essa história trágica teve início no último dia 9, quando corpo de Samuel foi encontrado em uma mata no bairro de Chã da Jaqueira. O cadáver estava parcialmente carbonizado e coberto por folhas. O corpo foi recolhido e o caso foi descrito inicialmente como ‘morte a esclarecer’. Posteriormente, um laudo inicial do IML afirmou que a criança fora morta por enforcamento.

Em entrevista coletiva à imprensa nessa quinta (16), a delegada titular do caso disse que a investigação demorou  a se iniciar devido à situação de “abandono” vivenciada pelo menino. A mãe da vítima teria demorado a perceber sua ausência, uma vez que era comum ele passar vários dias na rua e nas casas dos amiguinhos.

Ainda de acordo com a delegada, o agressor contou todos os detalhes do crime e é descrito como uma pessoa dissimulada, apresentado versões elaboradas para o episódio. Ontem, em depoimento à polícia, os menores afirmaram que Samuel havia sido vítima de um ataque de abelhas. O assassino não demonstrou arrependimento e será submetido à avaliação psicológica.

“Eu achei ele bastante dissimulado e as versões que ele apresentou são muito elaboradas para a idade dele. Vamos fazer a representação judicial e levar o caso para a Vara de Infância”, diz a delegada.

Arquivo Pessoal

O corpo de Samuel foi recolhido ao IML no dia 09 de março

Sem antecedentes
Alguns fatos são ainda mais chocantes. Segundo a delegada, nenhum dos menores possuem histórico de violência ou envolvimento com ilícitos. Moradores de comunidade periférica, os meninos teriam ido à mata para colher mangas, quando se iniciou a discussão entre Samuel e seu assassino, que simplesmente aplicou-lhe um ‘mata-leão’ que resultou na sua morte.

Após o crime, o assassino ameaçou as demais crianças. Ele voltaria o local do crime, no dia seguinte, desta vez para atear fogo ao corpo e cobri-lo com folhas, como forma de dificultar sua localização.

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O pai do menino Samuel, o comerciante José Cícero dos Santos foi até a Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP-AL). Na oportunidade, o comerciante admitiu que “via muito pouco o filho”, mas que pagava a pensão alimentícia. Ele alegou ainda que desconhecia a questão de abandono.

Apesar de pouco participativo na vida da criança, o pai foi enfático ao dizer que não acredita na versão apresentada pela PC. na visão de José Cícero, deve haver algum adulto envolvido no homicídio que não foi investigado pela polícia. “Pra mim não tem como, não foram somente eles. Não quero desmerecer o trabalho da polícia, mas não aceito essa versão. Não estou nenhum pouco conformado”, desabafa.