Os deputados estaduais de Alagoas repercutiram na tarde desta terça-feira, 21, a Operação ‘Carne Fraca’ da Polícia Federal (PF) durante sessão ordinária da assembleia. O tema foi proposto pelo deputado Gilvan Barros Filho (PSDB), integrante do agronegócio, que classificou a ação como “irresponsável e pirotécnica”.
Ele destacou que 20% dos empregos do país advém do setor e que a repercussão internacional da operação pode prejudicar cerca de 19 milhões de brasileiros, “tudo baseado em uma conclusão inconclusa de uma investigação midiática”. Vários deputados se pronunciaram a favor do colega.
Para Sérgio Toledo (PSC), a operação beneficiou o mercado internacional em detrimento da imagem da carne brasileira, reconhecida mundialmente.
Francisco Tenório (PMN) afirmou que as investigações poderiam ter sido conduzidas de maneira diferente e que ao mesmo tempo em que haveria uma tendência em se “punir para divulgar”, houve omissão e permissão por parte dos investigadores que teriam dirigido todo o processo por dois anos, “permitindo que durante todo este tempo os brasileiros tivessem acesso a produtos de baixa qualidade”.
O deputado Ronaldo Medeiros (PMDB) ressaltou a necessidade de se criar uma legislação que discipline e fiscalize as ações da justiça, “não para engessar ou prejudicar, mas para responsabilizar quem porventura macule a imagem de uma pessoa física ou jurídica durante uma investigação de forma indevida”, e propôs ainda uma união das assembleias legislativas de todo o Brasil em prol da causa.
Os deputados Inácio Loiola (PSB), Antônio Albuquerque (PTB), Ricardo Nezinho (PMDB) e Galba Novaes (PMDB) também fizeram apartes contra a ação da PF.
Já o deputado Rodrigo Cunha (PSDB) apesar de concordar com o desgaste que a operação traz para o setor, defendeu o direito do consumidor de saber “nominalmente quais empresas estão vendendo carne adulterada”. Ele disse ainda que “tem que ser dado o máximo de publicidade para os casos e os consumidores devem ficar revoltados quando situações como essas acontecerem” e aproveitou para provocar o legislativo em relação ao caso do deputado estadual licenciado, João Beltrão: “Tem que se dar nomes aos bois mesmo, porque a impunidade estimula as práticas erradas… Por exemplo, foram 20 anos para se julgar alguém com foro privilegiado… Porque a Casa não se revolta também com esse absurdo?”, questionou, encerrando sua fala.