Servidores denunciam privatização do setor que ocasiona ingerência das atividades em todo o território alagoano.
O Dia Mundial da Água é marcado por protestos de servidores da Companhia de Abastecimento e Saneamento de Alagoas (Casal), na manhã desta quarta-feira (22), no Centro de Maceió. Cerca de 30 trabalhadores estavam com cartazes com os dizeres: “Água e energia não são mercadorias”.
De acordo com o servidor Davi Ferreira, o dia que busca conscientizar as pessoas sobre a importância de manter cada vez mais os mananciais limpos para futuras gerações, em Alagoas sofre um duro “golpe” já que o serviço prestado pela Casal acumula reclamações tanto de usuários quanto de funcionários.
Com quase 2 mil trabalhadores atuando em toda Alagoas, o servidor denuncia a política neoliberal dos últimos governos que busca privatizar o serviço sucateando a atividade. “Desde o governo do Téo [Teotônio Vilela] já teve início as PPPs [Parcerias Público-Privadas] que nada mais é do que um esquema velado de terceirização do trabalho. Com o Renan Filho já está previsto duas parcerias desse tipo para tomar conta do esgoto, da parte alta e baixa da cidade”, disse o servidor.
Na visão do servidor, a iniciativa destrói e fragiliza o trabalho do funcionário da Casal que, cada vez mais, perde espaço na prestação de um serviço de qualidade à população. “Existe um boato ainda de que uma empresa norte-americana estaria em negociação com o governo para privatizar a Casal. Mas ainda não conseguimos apurar isso”, garante o servidor.
De 2014 a 2016, segundo dados do Sindicato dos Urbanitários de Alagoas, o governo estadual teria reajustado a tarifa da água em até 43%. Só no governo de Renan Filho, o reajuste subiu mais 17%. “Se esse aumento existiu por conta das PPs, imagine quando tudo for privatizado. De quem você vai cobrar?”, indaga Davi Ferreira.