A Polícia Federal (PF) apresentou, na manhã desta quinta-feira (23), em sua sede no Jaraguá, o balanço da operação que revelou um esquema de desvio de mais de R$ 500 mil da Câmara de Vereadores de São Miguel dos Campos.
A investigação, que durou três meses, constatou a irregularidade de recurso público realizado por um ex-vereador que atuou como presidente da Casa entre 2014 e 2016. O nome do edil, porém, não foi revelado pela PF, mas o mesmo chefiava um esquema que tinha a participação de mais 10 pessoas, sendo a esposa e nove servidores fantasmas.
“O vereador tinha pessoas que não trabalhavam para ele, mas que na Câmara de Vereadores constavam como funcionários do parlamentar. Essas pessoas, que eram parentes em sua grande maioria, recebiam o dinheiro e repassavam para o vereador”, diz o delegado Fábio Maia.
Um desses funcionários fantasmas, que também não teve o nome revelado, é quem ficava responsável por sacar os salários de todos e repassar o montante ao vereador. Os valores depositados nas contas giram em torno de R$ 6 mil. “Nossa ação desencadeada hoje serviu para localizar documentos que comprovassem essa fraude em São Miguel dos Campos e agora temos provas robustas”, diz o delegado.
Entenda: PF deflagra operação contra desvio de recursos em São Miguel dos Campos
Além de São Miguel, dois mandados foram cumpridos em União dos Palmares, mas a cidade não está sendo investigada nessa operação. “É bom que fique claro que duas pessoas desse esquema moravam em União, mas a cidade em si não está sendo alvo da investigação”, garante o superintendente da Polícia Federal, Bernardo Gonçalves.
Com a investigação, a Polícia Federal solicitou à Justiça processs de ação penal e quebra de sigilo bancário em desfavor do vereador. “Já ouvimos algumas pessoas e o próprio vereador, além da esposa, foram conduzido coercitivamente para cá”, disse o delegado.