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Motoristas da Uber usam trapaças para aumentar faturamento

Ilustração

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Após a crise econômica brasileira, milhares de pessoas optaram por tentar gerar renda extra com a Uber. No início do aplicativo no Brasil, muitos motoristas conseguiram bom retorno financeiro, mas aparentemente não é mais o que está acontecendo.

Para mostrar como é o dia a dia dos condutores, um repórter da Veja passou um mês trabalhando como motorista cadastrado pela empresa. Conforme o esperado, os resultados não foram positivos: pequena margem de lucro, cansaço e descoberta de uma série de trapaças feitas pelos motoristas.

De acordo com Carlos Messias, autor da reportagem, para conseguirem se sustentar, muitos condutores têm dirigido cerca de doze horas por dia, sem folga. Lidar com o trânsito intenso, o repasse de 25% para o Uber, o alto preço do combustível e o desgaste físico têm feito com que os condutores passem a tentar encontrar formas de burlar o sistema para aumentar sua receita.

Uma das artimanhas que os tralhadores vêm utilizando é forçar o cliente a cancelar a corrida. Para isso, os motoristas aceitam a viagem, estacionam a algumas quadras do local e aguardam o passageiro, impaciente, desistir da viagem. Com o cancelamento, o motorista recebe uma taxa de 7 reais.

Outra forma utilizada para burlar o sistema é fazendo uma ligação ao passageiro, como se fosse para marcar um local de encontro, e descobrir para onde será a corrida. Se o local for próximo, ou seja, de baixo valor, o condutor aceita e também espera pelo cancelamento.

Ainda para tentar levantar mais dinheiro, motoristas combinam entre si de desligar o aplicativo e solicitar corridas. A baixa oferta de carros e o aumento no pedido de passageiros faz a tarifa ficar mais alta, conforme previso nas diretrizes do serviço.

A verdade é que, mesmo com os novos truques, o faturamento dos uberistas caiu pela metade ao longo dos últimos três anos. De acordo com as informações, em 2014 os motoristas chegavam a ganhar 8 mil reais por mês. Atualmente, com muito esforço é possível alcançar os 4 mil.

Além das questões financeiras, muitas reclamações têm sido feitas por casos de violência, principalmente depois que o aplicativo passou a aceitar pagamento em dinheiro. O transporte acabou se tornando mais arriscado e a oferta muito maior de carros nas ruas tem feito o trabalho se tornar mais difícil. Com isso, grande parte dos uberistas continua dirigindo apenas por falta de opção.

De acordo com a empresa, novas medidas estão sendo tomadas para evitar as trapaças, melhorar o atendimento e oferecer aos passageiros serviços melhores. Será que está chegando ao fim a era do Uber?

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