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Antropofágico Miscigenado retorna itinerante em segunda temporada

Edi Ribeiro faz o pocket show do movimento, na terça-feira (11), apresentando composições de autoria própria e de colegas da cena musical alagoana

Depois de sete bem sucedidas edições em janeiro e fevereiro, instalado no saguão do teatro Deodoro no centro da capital, o movimento Antropofágico Miscigenado segue itinerante em nova temporada, agora num bar no ponto nevrálgico da boêmia maceioense, o bairro da Jatiúca. As apresentações – sempre às terças-feiras, no horário das 19h – ocorrerão a partir da próxima semana no Bar do Rady, no número 60 da rua Artagnan Martins Réis, uma das transversais da antiga avenida Amélia Rosa. O primeiro pocket show dessa segunda fase do movimento, que reúne músicos e produtores culturais, além de poetas, atores e artistas visuais, ficará a cargo do compositor, cantor e guitarrista Edi Ribeiro.
Inicialmente conduzido por Sebage e Edi Ribeiro, o movimento agora é encampado por uma trupe de jovens expoentes da música alagoana, como o contrabaixista Alex Moreira, da banda Jude; o guitarrista e capitão do selo local The Crooked Tree, Mário Alencar, e o compositor e violonista PC Lamar. O historiador e blogueiro Dimas Marques (“Clube do Vinil”), responsável pelo registro em audiovisual de toda primeira temporada, incorpora-se finalmente, de forma orgânica, à equipe de produção. Edi Ribeiro sai da linha de frente por conta de compromissos com a gravação de dois álbuns solos, abrindo espaço para outra fera da canção alagoana, o cantor e compositor Zé Miltons.
O formato continua o mesmo: uma introdução com execução de composições de artistas alagoanos, levada pela equipe que conduz o projeto (Sebage, Zé Miltons & Cia.), seguindo-se de uma entrevista com produtores culturais e profissionais de outras searas artísticas, do pocket show do artista convidado, encerrando-se com as canjas de músicos e cantores que sempre comparecem.
“Nossa proposta continua a mesma: criar esse hábito extremamente saudável de cantarmos as nossas próprias canções, de executarmos composições uns dos outros num ambiente descontraído e amigável”, diz o cantor e compositor Sebage, que lançou recentemente o single “Acabou” pela gravadora Crooked Tree. “Sem essa de se submeter a uma falaciosa expectativa de mercado em torno de músicas muito, muito comerciais e que não têm nada a ver com a nossa arte e cultura. Chega de fazer covers para entreter a plateia. O público gosta das nossas músicas quando ela é defendida com amor e verdade.” Para Sebage, a canção alagoana “é tão rica quanto diversificada, abrangendo desde o forró ao rock, do reggae ao jazz”.
Edi Ribeiro explica que se afasta do comando do movimento por conta da gravação de dois álbuns – um deles em fase de masterização. “Deixo de participar de forma direta, da condução propriamente dita do movimento, mas continuarei a caminhada dessa ideia provocativa nas minhas apresentações, de tocar e cantar as nossas canções alagoanas, de sempre buscar inserir as músicas de outros compositores alagoanos nos meus shows”, afirma esse que é um dos músicos mais talentosos e influentes da nova geração de artistas da capital. Ribeiro fará o show acompanhando de dois músicos convidados. “Isso me dará mais liberdade para os improvisos que gosto de fazer em minhas apresentações.”
Mentor, no início dos anos 2000, do legendário grupo de música popular Cumbuca, Ribeiro finaliza um primeiro álbum solo. “O disco já vem em um formato desafiador. Trata-se de um trabalho com uma cara bastante regional, com bumba-meu-alagoano, baião, xote. Porém, também tem umas pitadas jazzísticas. O formato é reduzido – gravei com apenas guitarra, contrabaixo, bateria e, de percussão, somente pandeiro e triângulo em duas músicas. Aí onde entra o desafio: Fazer forró somente com guitarra, sem a característica sanfona de mestre Lula e mestre Dominguinhos, tudo isso vem sendo um grande aprendizado pra mim.”
O guitarrista conceitua o álbum como “um disco para ser dançado”. O outro projeto é o CD “Paralelo instrumental”. “Preciso concluir esse trabalho já de longas datas”, ele diz. “São músicas instrumentais também com essa veia regional, com essa pegada de guitarra limpa, ponteada.”
Além de contar com o apoio do músico e restaurateur Rady, o movimento Antropofágico Miscigenado conta, também, com a colaboração da radioweb Quântica e dos programas de rádio “Vida de Artista” – sob o comando da jornalista e cantora Gal Monteiro –, e “Cidade Sorriso” do radialista Ademir Brandão.

ANTROPOFÁGICO MISCIGENADO – Estreia da segunda temporada com pocket show de Edi Ribeiro

Quando: 11 de abril
Local: 
Bar do Rady – Rua Artagnan Martins Réis, 60, Jatiúca, Maceió. Couvert: R$ 6,50
Horário: 19h
Informações: (82) 99197 5995.

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