O réu confesso no assassinato da comerciária Maria Jaciara Ferreira dos Santos, Alberdan Souza, matou a vítima e, logo após o crime e posterior descoberta do corpo, visitou o velório da jovem tendo ainda a audácia de visitar a família da mesma para prestar condolências. A informação foi dada pelo delegado Guilherme Iusten, durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira (7), na Secretaria de Segurança Pública (SSP), no Centro.
Segundo o delegado, Alberdan Souza deve ser indiciado pelo crime de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Apesar de ser réu confesso, o delegado informou que a versão dada pelo até então suspeito divergiu das investigações apontadas pela Polícia Civil.
De acordo com Guilherme Iusten, a vítima teria mandado mensagem para uma amiga revelando que iria encontrar com o ex-esposo para conversar. “Foi aí que eles se encontraram no carro de Alberdan [um Renault Duster] e entraram em discussão dentro do veículo. Alberdan afirma que entrou em luta corporal e que chegou a dar uma ‘mata leão’ na Jaciara. Foi aí que ela veio a apagar”, narra o delegado.
Apesar da versão do réu, o delegado informa que não foram encontrados fraturas na vítima que comprovassem a luta. Somente após essa discussão é que Alberdan teria decidido tirar a vida da vítima, ele possivelmente utilizou um canivete – que está sendo periciado – para degolar. “Não trabalhamos com a possibilidade de premeditação, entendemos que a decisão da morte ocorreu naquele momento. Vamos unir agora as imagens dele no carro obtidas pelas câmaras de segurança e o laudo da perícia para formar a nossa convicção”, diz o delegado.
Após o cometimento do crime, Alberdan tentou ainda forjar um álibi. Ele voltou para a casa, onde vive com uma namorada, pegou a jovem e saiu para beber como se nada tivesse acontecido. Essa frieza foi destacada pelo delegado, que garantiu ainda que o réu foi ao velório, em outro momento, para prestar condolências à família.
Após ser preso, Alberdan, em depoimento, teria buscado a todo momento minimizar o feito ao afirmar que a vítima estava extorquindo seu dinheiro e restringindo a convivência com a filha. “Nós investigamos e a motivação para o crime que constatamos é outra. Há uma informação de que a vítima iria se mudar para Belo Horizonte com a filha e ele não queria aceitar isso”, conclui o delegado.
A Polícia Civil aguarda agora o laudo realizado pelos laboratórios da Perícia Oficial. O prazo gira em torno de 15 a 30 dias.