Nas comunidades também existe um boato de envenenamento
Duas comunidades no município de Marechal Deodoro estão em alerta por causa da morte de macacos. Recentemente moradores de sítios localizados em Tuquanduba e Cajazeiras perceberam que alguns saguis estavam aparecendo mortos.
A proprietária de um sítio em Tuquanduba, que prefere não se identificar, conta que em cerca de dois meses, quatro animais morreram. “Os primeiros que apareceram a gente deixava nas canas. Mas depois ficamos preocupados. Hoje mais um estava agonizando no sítio e entramos em contato com a Secretaria de Saúde do município para informar o que estava ocorrendo”, disse a moradora.
A proprietária do sítio não faz ideia do que está ocorrendo. “Ouvimos um boato na região de que pode se tratar de envenenamento. Se for, gostaríamos que as autoridades descobrissem e punissem porque esses bichos são nossa alegria, não fazem mal a ninguém”, ressaltou.
Outra possibilidade que está deixando os moradores preocupados é a de que os animais tenham contraído febre amarela. “Estamos preocupados com a essa possibilidade já que temos percebido o aumento da incidência de mosquitos na região”, completou.
A situação desta moradora é semelhante ao que foi registrado em um sítio, na localidade conhecida como Cajazeiras. Um morador relatou que lá, outros três animais foram encontrados mortos.
Nesta sexta-feira, 12, uma equipe de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde esteve no sítio e encaminhou um exemplar do animal para o Ibama, onde está recebendo cuidados e sendo submetido à análise para saber as causas do problema, inclusive se houve envenenamento. Se o animal sobreviver, será reinserido na natureza.
Segundo a assessoria de comunicação da secretaria, este é o protocolo adotado pela vigilância. Caso o animal estivesse morto, seria encaminhado a um laboratório para análise detalhada da causa. Casos de mortes de primatas devem ser informados às secretarias municipais de saúde para que sejam adotadas as devidas providências.
Importante Saber
O Ministério da Saúde esclarece que Alagoas não é caracterizado como área de circulação do vírus da febre amarela, ou seja, não há municípios classificados como “região afetada” ou “região ampliada”.
Importante também esclarecer que a febre amarela é uma doença endêmica e que há circulação do vírus de forma permanente em várias regiões do País, em razão da manutenção do ciclo de transmissão silvestre no qual estão envolvidas diferentes espécies de mosquitos, sendo os mais importantes em nossa região, os do gênero Haemagogus e Sabethes, que atuam como vetores do vírus para primatas não humanos (PNH), representando os principais hospedeiros e amplificadores dos vírus.