Gritos de 'Fora Temer' foram entoados por estudantes, trabalhadores e sindicalistas que estiveram reunidos na Praça Deodoro.
Um ato marcado após a delação de empresários da JBS, que revelou conversas entre o presidente Michel Temer (PMDB) e aliados, na tentativa de comprar o silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB), mobilizou um protesto, na tarde desta quinta-feira (18), organizado por estudantes, trabalhadores e sindicalistas, na Praça Deodoro, no Centro de Maceió.
Os trabalhadores mantiveram o grito de “Fora Temer” e destacaram a impossibilidade de permanência do presidente no cargo, embora ele tenha se pronunciado nesta tarde informando que não irá renunciar.
Puxando os manifestantes que se concentraram na praça, o professor de filosofia da Universidade Federal de Alagoas, Magno Francisco, reiterou que o momento agora é de união de quem já saiu às ruas no dia 28 de abril. “Nós achamos que o governo está morto e, agora, estamos iniciando um funeral dele”, brinca o professor filiado ao PSOL.
Magno Francisco questiona ainda a possibilidade de existir eleições indiretas. A possibilidade se torna real caso o Temer saia, na sequência quem assume o mais alto cargo do país é o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM). Se Maia seguir a Constituição ele é obrigado a convocar eleições indiretas imediatamente. “Não adianta esse processo de eleição indireta onde serão implantados os mesmos programas neoliberais que prejudicam o trabalhador. O Brasil não precisa mais de um conjunto de medidas desse tipo”, diz Magno Francisco.
Magno lembra ainda que uma nova mobilização está sendo organizada para o dia 24 de maio, onde os manifestantes irão pedir o fim das reformas trabalhistas e, no domingo (21), um novo ato está marcado para ocorrer no Posto 7, na Jatiúca. “Agora vamos discutir a possibilidade de uma nova greve geral”, destaca.
Entre os manifestantes, o estudante de Educação Física, Messias Filho, também esteve na praça para reforçar o movimento que pede a queda do presidente. Para o estudante, é hora do brasileiro voltar às ruas e se unir. “Eu estava em casa ontem e acompanhei as notícias pela internet, fiquei sabendo hoje dessa mobilização e resolvi vir. Esse protesto é de um alto valor de civilidade, nós precisamos reagir imediatamente mesmo em casos menores, unidos em todo tipo de manifestação pública à favor da democracia”, narra o estudante.
Messias Filho também está preocupado com a possibilidade de eleições indiretas. “A minha preocupação maior é colocar outra pessoa [PMDB ou PSDB] no poder que continue o mesmo projeto que já havia sido feito”, destaca.