A Unidade de Emergência do Agreste, principal referência no atendimento a pacientes com traumas de média e alta complexidade no interior de Alagoas, atendeu 44 vítimas de queimaduras em maio. E neste mês de junho, dedicado às festas juninas, historicamente há um aumento do número de queimados, o que redobra o alerta à população, em razão das tradicionais fogueiras e fogos de artifício.
Segundo o Núcleo de Processamento de Dados (NPD) da Unidade de Emergência do Agreste, do total de atendimentos registrados em maio, 26 foram atendidas por líquido quente, dois sofreram queimaduras por conta de fogos de artifício e 16 por outros acidentes. Ao todo, 43 pacientes receberam alta médica nos dias seguintes à internação e uma pessoa ficou em observação, por conta da gravidade dos ferimentos.
Com a proximidade dos festejos juninos, aumenta a preocupação dos profissionais de saúde, uma vez que, nessa época do ano, são registrados mais acidentes com o uso de fogos de artifício. Conforme relatório divulgado pela UE do Agreste, entre os dias 12 e 31 de junho de 2015, o pronto socorro recebeu 29 pessoas com queimaduras provocadas pelas faíscas, chamas e explosões das bombas, rojões e foguetes. No mesmo período do ano passado, foram contabilizados 22 internamentos de vítimas de queimaduras.
De acordo com o cirurgião plástico Pedro Lopes, os pacientes atendidos na Unidade de Emergência do Agreste apresentam queimaduras de primeiro, segundo e terceiro grau. Elas se concentram, principalmente, na face, tórax e nas mãos, no caso específico de escaldadura em crianças (líquido muito quente) e ferimentos com fogos de artifício.
“Esses acidentes ocorrem mais pela distração e, também, porque nem sempre o manuseio e a exposição do fogo acontecem de forma correta e segura. Medidas simples como virar os cabos de panelas para dentro do fogão e a manipulação de café, leite quente ou qualquer alimento em cozimento, em área que possibilite o acesso da criança, são capazes de evitar o trauma nos pequeninos, que repercute nos pais e demais entes familiares”, explica o médico.
Ele revela, também, que o resfriamento na área atingida com água corrente é a ação mais importante a ser adotada logo após o acidente. “É importante salientar que não deverá ser utilizado gelo ou água gelada, pois são agentes que podem aprofundar a queimadura. E o uso de manteiga, café em pó, plantas e pasta de dente também são capazes de agravar a lesão, uma vez que podem provocar infecção e afetar ainda mais o quadro clínico do paciente”, alerta o cirurgião plástico da Unidade de Emergência do Agreste.