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Cientistas dizem ter identificado mais antigo fóssil de Homo sapiens, e ele é 100 mil anos mais velho do que se acreditava

Restos encontrados no Marrocos haviam sido datados em 40 mil anos, mas nova pesquisa revelou serem muito mais antigos. Estudo foi publicado na revista 'Nature'.

Philipp Gunz, MPI EVA Leipzig/divulgação

Reconstrução de crânio de Homo sapiens feita a partir de fósseis originais encontrado no Marrocos

Fósseis de Homo sapiens descobertos no Marrocos – que tem entre 300 mil e 350 mil anos de idade – fizeram recuar em 100 mil anos a data da origem de nossa espécie, segundo dois estudos publicados nesta quarta-feira (7) na revista “Nature”.

“Esta descoberta representa a origem da nossa espécie, o Homo sapiens mais velho já encontrado na África e em qualquer outro lugar”, explica o francês Jean-Jacques Hublin, diretor do departamento de Evolução humana do Instituto Max Planck em Leipzig (Alemanha) e coautor do estudo.

Os fósseis foram descobertos em Jebel Irhoud, a cerca de 100 quilômetros de Marrakesh, durante a década de 1960, ao lado de ossos de animais e ferramentas de pedra. Originalmente, esses fósseis foram datados como tendo cerca de 40 ml anos de idade e eram considerados como uma forma de Neanderthal da África. Mas análises feitas posteriormente colocaram em dúvida essas conclusões.

Hublin e sua equipe analisaram os fósseis e identificaram diversas características – incluindo as morfologias facial, mandibular e dentária – similares aos humanos modernos recentes. Com base nessas análises, os autores sugerem que os hominídeos de Jebel Irhoud fazem parte das primeiras fases evolucionárias do Homo sapiens.

Até então, o fóssil mais antigo atribuído a uma forma moderna de Homo sapiens tinha sido datado com 195 mil anos