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‘Não tenho dias ruins porque não sou mulher’, diz Putin

Veja alguns trechos da entrevista realizada pelo cineasta norte-americano Oliver Stone.

POOL New / Reuters

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Entre os dias 12 e 15 de julho, vão ao ar quatro episódios do documentário feito pelo cineasta norte-americano Oliver Stone sobre o presidente russo, Vladimir Putin.

Mesmo assim, antes mesmo da estreia, alguns trechos polêmicos já foram divulgados e mostram momentos nos quais o mandatário fala sobre gays, mulheres e até Edward Snowden.

De acordo com a publicação “Bloomberg”, que conseguiu uma exclusiva sobre o documentário, em uma cena do filme, Stone pergunta a Putin se a lei aprovada em 2013 que proíbe a “propaganda homossexual” é uma forma de discriminação à comunidade LGBT.

O presidente, então, responde que “não há restrições” no país ao grupo e compara a Rússia com algumas nações islâmicas nos quais gays e lésbicas podem enfrentar a pena de morte, insinuando que a situação em seu país é melhor.

Em seguida, o cineasta norte-americano questiona o político, que está há 17 anos no poder, se ele tomaria um banho ao lado de um homossexual em um submarino.

“Bem, eu prefiro não tomar banho com ele. Por que provocá-lo? Mas, você sabe, eu sou um mestre do judô”, respondeu o líder russo aos risos.

Segundo a publicação, em outro trecho divulgado, Putin comenta que nunca teve um dia de férias apenas por ser um homem.

“Eu não sou uma mulher, então eu não tenho dias ruins. Eu não estou tentado insultar ninguém. Essa só é a natureza das coisas. Existem certos ciclos naturais”, disse o presidente a Stone.

O documentário, gravado entre julho de 2015 e fevereiro deste ano na Rússia, em boa parte no Kremlin, também mostra um Putin que ama nadar, praticar hockey, levantar pesos e fazer outras atividades de musculação, além de adorar seu cavalo, cujo nome é inspirado físico teórico holandês Johannes Diderik van der Waals.

Por fim, os trechos divulgados também mostram que os episódios do documentário, que serão transmitidos na emissora “Showtime”, poderão explicar um pouco mais a decisão de Putin de conceder asilo a Edward Snowden, ex-analista de sistema da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) que foi responsável por vazar milhões de documentos sigilosos de espionagem do governo norte-americano à imprensa.

Na prévia divulgada, o mandatário afirma que o primeiro contato que teve com Snowden foi ainda na China e que seu país deu o asilo por que o governo foi informado que “essa era uma pessoa que queria lutar contra as violações dos direitos humanos”. Com informações da ANSA.