Uma criança de um ano e seis meses, que sofria de uma doença neurológica, morreu na manhã desta quarta-feira após a médica se recusar a realizar o atendimento. A profissional da saúde, que foi com a ambulância até o condomínio da família, alegou que seu horário de trabalho já estava no fim, rasgou o pedido e fez a ambulância dar meia volta. Breno Rodrigues Duarte da Silva morreu 1h30 depois, esperando outro socorro.
– Agora eu vou viver com esse ‘se’ para o resto da minha vida: se ela tivesse levado será que o meu filho estaria vivo? Ele morreu 1h30 depois. Dava muito tempo de ter levado ele ao hospital. É desumano. Eu abri mão da minha vida para cuidar do meu filho que era especial e agora não tenho mais o meu Breno. Ela negou socorro – lamenta Rhuana Lopes Rodrigues.
Segundo ela, que está grávida de três meses, desde julho de 2016 Breno estava sendo atendido em casa, por meio do sistema “Home Care”. Rhuana conta que o filho começou a sentir mal do estômago e precisou de atendimento. Ela ligou para a médica que sempre atende a criança e ela orientou a acionar a ambulância pela Unimed e internar o Breno.
– Fiz de tudo para tentar socorrer o meu filho, mas houve omissão médica. Estamos abalados com tudo o que aconteceu – lamentou. A família registrou o caso na 16ª DP (Barra da Tijuca).
Em nota, a Unimed-Rio lamenta o falecimento do pequeno e explica que o serviço era feito pela prestadora Cuidar. Veja a nota na íntegra:
“A Unimed-Rio lamenta profundamente o falecimento do pequeno Breno Rodrigues Duarte da Silva na manhã desta quarta-feira, 7/6 e vem prestando apoio irrestrito à família nesse momento tão difícil. A cooperativa tomará todas as providências para descredenciar imediatamente o prestador ‘Cuidar’, pela postura inadmissível no atendimento prestado à criança. Além disso, adotará todas as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis em razão da recusa de atendimento por parte do prestador de serviço”.
Empresa diz que medidas serão tomadas
Segundo a diretora técnica da Cuidar, Sandra Lumer, a médica já está na empresa há dois anos e nunca teve problemas com a profissional. Ela garante que a empresa tomará as providencias cabíveis.
– Fomos acionados para atendimento de uma criança neuropata, com queixa de gastroenterite. Imediatamente a Central buscou uma unidade mais próxima para fazer o atendimento. Perto da casa do paciente, havia uma unidade que seguia para um atendimento no mesmo bairro. Ao chegar na porta do condomínio, a medica da unidade de recusou a fazer o atendimento. Já convocamos a nossa comissão de ética para ouvir a profissional sobre o ocorrido e tomaremos as providencias cabíveis.