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Após MP, Governo e AMA defendem números de desabrigados e desalojados

João Urtiga/Alagoas24horas

Cúpula do Governa faz coletiva para legitimar ações durante as chuvas

Os números de desabrigados e desalojados em Alagoas em decorrência das chuvas que atingiram o Estado nas últimas semanas foram atualizados, passando de quase 39 mil para 1.348. A nova tabela atualizada foi apresentada em coletiva à imprensa na manhã desta quinta-feira, 8, no Palácio do Governo, que contou com a presença do coordenador da Defesa Civil e do presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA).

A coletiva foi convocada após os destaques da imprensa nacional dando conta das divergências entre os números apresentados pelos gestores das 27 cidades afetadas. Para investigar as denúncias, o MPE montou uma comissão de fiscalização que visa, entre as atribuições, adotar medidas punitivas para os gestores que praticarem má-fé.

Mas, diante dos números apresentados pelos gestores no Formulário de Informação de Desastres (FID), o Governo Federal destinou para o Estado um montante de R$ 13 milhões em caráter emergencial. O dinheiro já está em conta e o coordenador da Defesa Civil Estadual, major Moisés Melo, destacou que ele pode ser devolvido. “É a primeira vez na história que o recurso poderá voltar 100%”, assegurou.

Justificativas

Para o presidente da AMA, o prefeito de Cacimbinhas, Hugo Wanderley, não houve má fé dos gestores

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Hugo Wanderley, presidente da AMA

municipais, mas, segundo ele, o que houve foi uma ação preventiva dos prefeitos juntamente com o governo do Estado que teriam retirado as famílias das áreas antes da tragédia.

“Alagoas tem que ser aplaudida nacionalmente, pois evitou antes de tudo, mortes. Isso porque, alguns dias antes a Defesa Civil avisou os gestores para retirarem as famílias das áreas de risco. Prontamente, as famílias foram retiradas de casa, por essa razão os números apresentados no FID, que é em caráter emergencial, deu esse montante. Mas é preciso deixar claro que conforme as águas foram se normalizando as famílias foram retornando para as suas casas”, destacou Wanderley.

Em relação à investigação do MPE, Wanderley enfatizou por vários momentos que o órgão é “um grande parceiro” e que não fez pré-julgamento.

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Major Moisés Melo, da Defesa Civil Estadual

Segundo o major Moisés, o perigo de desastre ainda continua, pois a quadra chuvosa não passou e atualmente há 938 desabrigados e 348 desalojados. “Mas esses números podem aumentar, como também podem diminuir e estamos trabalhando para deixar a tabela atualizada”, assegurou.

A justificativa para os números elevados apresentados no primeiro momento se deu porque as famílias foram retiradas de casa por vários motivos, mas após a análise da Defesa Civil as famílias foram retornando, os números foram baixando, mas que na segunda-feira (12) engenheiros de Brasília estarão nas cidades para avaliar se o decreto de emergência será revogado ou não.

“O Ministério Publico quer que os promotores fiscalizem onde, de fato, ocorreram tragédias com a finalidade de evitar que casos como, por exemplo, o de Colônia Leopoldina, repita-se. Aquele foi um município que nos surpreendeu ao informar uma quantidade de mais de 2,4 mil afetados e, quando fomos até lá verificar o quadro da realidade, foi constatado que apenas 44 pessoas estavam fora de suas casas. Isso é agir com dolo”, destacou o  coordenador da Comissão, promotor de Justiça José Antônio Malta Marques, da 49ª Promotoria de Justiça da Capital e diretor do 1º Centro de Apoio Operacional (CAO) do Ministério Público.