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PF busca vínculo da Federação Alagoana de Futebol com Caixa 2

Jorão Urtiga/Alagoas24horas

Delegado Daniel Silvestre e superintendente Bernardo Gonçalves em entrevista à imprensa

A Operação Bola Fora da Polícia Federal, deflagrada nessa sexta-feira, 9, resultou na apreensão de documentos além de várias mídias computacionais. O objetivo da investida é robustecer o inquérito instaurado a pedido do procurador-regional Eleitoral do Ministério Público Federal e que tem como alvo o atual prefeito de Boca da Mata e vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Gustavo Feijó.

Quatro mandados foram cumpridos na operação em residências de pessoas ligadas a Feijó -em Maceió e Boca da Mata- e na sede da Federação Alagoana de Futebol (FAF). A operação é decorrente, ainda, da CPI do Futebol, presidida pelo senador Romário Faria (PSB-RJ), que denunciou o envio irregular de recursos para a campanha eleitoral de Feijó, em 2012.

Feijó já havia sido citado em diversos depoimentos na CPI, inclusive com a apresentação dos e-mails que comprovariam a suposta negociação de envio de recursos para a sua campanha pela CBF, o que não é permitido por lei. A CPI afirmou, à época, que Gustavo Feijó teria recebido R$ 600 mil apenas da confederação. Na sua prestação de contas à Justiça eleitoral, o prefeito declarou ter investido apenas R$ 105 mil no pleito.

Em entrevista à imprensa, o superintendente Bernardo Gonçalves e o delegado da Regional de combate ao crime organizado, Daniel Silvestre, informaram que o objetivo da operação é ratificar por meio de provas as denúncias formuladas na CPI. O inquérito tem prazo de 30 dias a após a conclusão será remetido à Justiça Eleitoral.

Em caso de comprovação dos indícios, Feijó será indiciado pelos crimes de falsidade ideológica eleitoral (caixa 2) e lavagem de dinheiro. De acordo com Daniel Silvestre, o depoimento de Gustavo Feijó deverá ser marcado apenas depois da análise de todo material apreendido durante a operação. Feijó acompanhou a coleta de provas e segundo os agentes federais se mostrou tranquilo.

A investigação também deverá estabelecer se a Federação Alagoana de Futebol (FAF) anteriormente presidida por Gustavo e atualmente sob comando do seu filho foi utilizada para repassar os recursos do Caixa 2 de campanha.

Leia também: PF deflagra operação na cidade do vice-presidente da CBF, Gustavo Feijó

Posse ilegal de arma de fogo

Durante a operação, o atual presidente da FAF, Felipe Feijó, foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo de uso permitido. O dirigente foi encaminhado à sede da PF, onde foi autuado em flagrante, pagou fiança – cujo valor não foi divulgado – e liberado antes mesmo da imprensa chegar ao local. A arma apreendida foi uma pistola Taurus calibre 380.

Ainda segundo a PF em Alagoas, não há até o momento nenhum indício que liguei Felipe Feijó ao esquema de Caixa 2.

O prefeito de Boca da Mata e vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Gustavo Feijó, se pronunciou por meio de sua assessoria jurídica, que enviou uma nota de esclarecimento à imprensa a respeito do caso. Confira na íntegra:

NOTA DE ESCLARECIMENTO
GUSTAVO DANTAS FEIJÓ, por meio de sua assessoria jurídica — tendo em vista os fatos informados pela mídia, relativos à operação realizada pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira, 9 de junho de 2017 — vem a público esclarecer:
A busca e apreensão ora noticiada decorreu de decisão do TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE ALAGOAS, em procedimento onde se apura suposta arrecadação irregular de recursos financeiros durante o pleito eleitoral de 2012.
O Prefeito Gustavo Feijó, como não poderia ser diferente, acompanha com tranquilidade as investigações, convicto de sua utilidade para demonstrar, definitivamente, a total licitude de sua campanha.
Informa, ainda, que todos os gastos eleitorais por ele realizados foram integralmente declarados e sua prestação de contas devidamente aprovada por essa mesma JUSTIÇA ESPECIALIZADA.
Por fim, ciente da transparência e regularidade de seus atos, reafirma o Prefeito que está à disposição da Justiça para prestar todas as informações necessárias à elucidação dos fatos.
Maceió/AL, 09 de junho de 2017.
ASSESSORIA JURÍDICA

 

Atualizada às 17h de 09/06/2017.