A Justiça da Vara Cível condenou na última sexta-feira (9) a mulher acusada de proferir ofensas racistas contra um segurança de uma loja do Shopping Barra, em Salvador. O caso ocorreu em setembro de 2015. A mulher, que é policial civil afastada, terá que pagar indenização por danos morais de R$ 8 mil, por por constrangimento e injúria racial. Um outro processo sobre o mesmo caso está correndo na Vara Criminal e pode terminar em prisão. O G1 não conseguiu contato com a defesa da policial.
Em conversa com o G1, nesta segunda-feira (12), o advogado Fábio Carvalho, que defendeu o segurança Júlio César Sacramento Uzeda no processo, avaliou que o valor da indenização foi muito baiaxa e informou que vai recorrer. “As partes ainda não foram notificadas da sentença, mas adianto que vamos recorrer para conseguir um valor mais alto”, disse.
O G1 falou também com o segurança Júlio César, que explicou o que ocorreu na noite de 29 de setembro de 2015.
“Eu estava para passar o plantão, quando ela teve um problema na loja. Eu fui averiguar o fato, ela não gostou da minha presença, e falou que não precisava de segurança, que ela era policial civil. Eu respondi que estava apenas fazendo meu trabalho, e então ela me chamou de macaco e bateu no peito, fazendo uma imitação de macaco”, conta Júlio, que continua trabalhando no mesmo estabelecimento.
Depois da ofensa, o segurança contou que manteve a calma e acionou a Polícia Militar. “A gente é treinado para lidar com esse tipo de situação. Apenas disse a ela que a lei que assiste ela iria me assistir e que ela seria penalizada”.
Apesar de demonstrar calma e atuar conforme treinamento, ele conta que ficou abalado com o caso. “Por dentro a gente se sente ofendido, humilhado. Foi a primeira e única vez que isso aconteceu comigo”, disse o segurança.
Caso
Acusada de chamar homem de “macaco”, mulher é retirada de shopping pela PM
Durante o desentendimento, uma multidão se aglomerou no local e a mulher se escondeu no provador de uma loja, até ser retirada do local pela PM, sob gritos de “racista”. Um vídeo flagrou o momento em que a policial era retirada do shopping.
A policial Núzia Santos de Aquino ficou presa na corregedoria da Polícia Civil, e foi liberada após pagamento de fiança. Segundo a polícia, a suspeita estava afastada dos serviços na polícia desde 2008, devido a problemas psicológicos. Antes de ser afastada, ela atuava na Delegacia Especial de Atendimento ao Idoso (DEATI).