A estudante baiana Alexia Suelen Van Pettens, de 24 anos, que morreu enquanto tentava cruzar o continente americano de bicicleta, será velada na tarde desta quarta-feira, no cemitério Jardim da Saudade, em Salvador. Aluna de Psicologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), ela saiu em expedição com amigos rumo ao Alasca, nos Estados Unidos, mas foi atropelada por uma moto na ciclovia da ponte Newton Navarro, em Natal, no Rio Grande do Norte.
Alexia chegou a ser internada no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, mas teve a morte cerebral constatada no sábado. A estudante será velada nesta quarta e cremada nesta quinta-feira.
O grupo de ciclistas explicou em postagem no Facebook que pedalava em fila pela ciclofaixa da ponte quando um motociclista tentando fugir de um radar invadiu a pista exclusiva para bicicletas, atropelando Alexia. “As câmeras não pegaram, as testemunhas não quiseram falar oficialmente, mas nada disso mais importa. Os pais perdoaram, nós perdoamos e com certeza Alexia com toda sua espiritualidade já deve ter perdoado de um outro lugar”, registrou a tribo.
Durante a viagem, Alexia deu entrevista a uma televisão local em que ressaltava a importância de buscar a felicidade na estrada.
“Por mais que tudo estivesse bem, e tudo na minha vida estivesse dando certo aos olhos de outras pessoas, dentro de mim, eu sentia tristeza, me sentia infeliz. Certo dia, eu resolvi que não era isso que eu queria para minha vida e comecei a buscar o que poderia me fazer feliz de verdade”, explicou a estudante.
Luciano Van Pettens, pai da estudante, contou ao “Correio da Bahia” que a filha nunca havia estado tanto tempo longe da família e que havia começado a pedalar faz pouco tempo. Alexia se juntou ao grupo na Paraíba e escreveu um diário durante a jornada.
A mãe dela, Solange Alves, agradeceu nas redes sociais ao grupo Tribo Totipah, que acompanhava Alexia na expedição. “Permaneceram juntos e nos acionaram assim que o acidente ocorreu”, frisou.
O grupo veio de Natal a Salvador, em pedalada de 22 horas, para acompanhar as homenagens à jovem. “Se já era claro para nossa missão as razões que moviam nossas bicicletas, hoje conseguimos sintetizar em apenas uma palavra: Alexia!”, ressaltou no Facebook a Totipah, que planeja continuar a viagem até o Alaska.