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Movimento Antropofágico Miscigenado inicia terceira temporada no teatro Deodoro

Na terça-feira (11), o músico paulista Vinícius Diasz dividirá o espaço de pocket shows com o alagoano Edi Ribeiro, misturando estilos e celebrando a chamada música “autoral”

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Edi Ribeiro

De volta ao saguão do teatro Deodoro na terça-feira (11), Antropofágico Miscigenado chega a uma terceira jornada de celebração da produção musical alagoana. Em novo formato, agora mensal, o movimento que havia começado em janeiro – liderado pelo guitarrista e cantor Edi Ribeiro e o cantor Sebage, ambos, também, compositores – apresenta o cantor e compositor paulista Vinicius Diasz, que vem a Maceió numa pequena turnê começando pela capital alagoana e seguindo para Recife (PE) e João Pessoa (PB). Nessa terceira temporada, o Antropofágico Miscigenado contará com duas atrações. Edi Ribeiro é o outro convidado dessa happy hour à alagoana, nessa edição misturando o rock eletrônico e folk de Diasz com a pegada regional elétrica de Ribeiro. Começa às 17h30, com participação, ainda, de Sebage, Alex Moreira, Mário Alencar e Pc Lamar (os artistas responsáveis pela produção do evento). A entrada é gratuita, porém, é solicitado ao público uma caixinha de ajuda de custo para os músicos que se apresentam no programa.

O Antropofágico Miscigenado, desde janeiro realiza essa confraternização de artistas contemporâneos comprometidos com uma produção original e questionando a estreita visão de mercado local a empurrar o músico alagoano para uma repetitiva performance de covers e tributos.

“A gente começou esse movimento, com o apoio do teatro Deodoro e de outras instituições como o próprio Café da Linda no teatro e as rádios Educativa e Quântica, buscando desmistificar essa orientação mesquinha dos espaços de música ao vivo, que se fecham ao nosso trabalho de composição, que eles chamam de ‘música autoral’, no meu entender, de forma depreciativa… Como assim música autoral? Toda canção foi escrita por alguém, então todas elas são autorais, sejam as porcarias dos Aviões do Forró e Wesley Safadão ou as insuspeitáveis composições de Geraldo Azevedo e Alceu Valença, só para citar alguns dos artistas nordestinos habitualmente alvo de toda sorte de tributo em nossa cidade. As canções que compomos e gravamos são tão boas, e até melhores, do que toda essa encheção de linguiça que toca no rádio e na TV”, dispara Sebage.

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Vinicius Diasz

Com nove anos de estrada e 22 discos lançados, o guitarrista e compositor Vinícius Diasz dá início a uma série de shows para divulgar o novo álbum, o vigésimo-terceiro, intitulado “Forgiveness Rock” (Crooked Tree Records). “Trata de uma compilação de b-sides e singles, contendo duas faixas inéditas, inclusive a que dá nome ao registro”, explica o músico, que integra o elenco do selo alagoano Crooked Tree Records. Esta é a segunda turnê do artista pelo Nordeste (ele havia se apresentado em Maceió, há quatro anos, no Festival Maionese).

“Além do trampo solo, eu também toco no projeto Salvaguardas, com Luís Meteoro, que é guitarrista da banda Labirinto e Seamus”, informa Diasz, avisando que vai apresentar dois roteiros musicais. “O primeiro será como one man band [banda de um homem só], tocando acompanhado de programações e samples feitos por mim e guitarra elétrica. O segundo set será como banda, num power trio para as últimas apresentações da tour. Nesse meio tempo estarei registrando as músicas novas do meu 24o disco, com previsão para sair em 2018.”

Edi Ribeiro diz que se apresentará, também, num formato power trio, com guitarra, contrabaixo e bateria. “É o que hoje consigo me adaptar melhor, embora venho sempre buscando me reinventar. Essa ideia de chamar toda a responsabilidade para minha guitarra surgiu em 2013, quando me lancei ao desafio de trazer as nuances, o molejo e os floreios ‘astutos’ da sanfona para a guitarra. Assim, os arranjos que já desenvolvia na época do Cumbuca para teclados, sanfona e flauta resolvi jogá-los para a guitarra, e foi um negócio que deu certo.”

O músico afirma acreditar na guitarra “mais como sanfona do que mesmo como guitarra”. “Venho desenvolvendo essa linha de trabalho que passou pelo ‘Forrobodó de Guitarra’, em 2013. Foi quando fiz várias apresentações no Zeppelin, restaurantes Comedoria Gourmet e Comadre Fulô e, também, em eventos particulares. Depois veio o ‘Forrójazz’ já no ano passado. Na realidade, eu diria que, atualmente, faço a junção dessas duas vertentes, só que agora com uma linguagem jazz mais ‘visível’ aos ouvidos. E é isso que quero apresentar no Antropofágico Miscigenado, que por sinal acredito ser uma das saídas para se divulgar mais a nossa arte, a nossa música.”

Para Edi Ribeiro, o movimento Antropofágico Miscigenado “não se faz distinção de estilos”. “É uma das questões que sempre discuti com Sebage, de cantarmos, além das nossas músicas, também as músicas de outros colegas, porque assim o público de um artista ficará conhecendo as canções do outro artista que ele talvez não conheça. Acho isso muitíssimo importante.”

ANTROPOFÁGICO MISCIGENADO – Estreia da terceira temporada, com Edi Ribeiro e Vinícius Diasz. Às 17h30. Entrada gratuita, com a solicitação de caixinha para a Urna Antropofágica. Para mais informações, ligue (82) 99197 5995.

TEATRO DEODORO – Rua Barão de Maceió, 377, Centro. Tel. (82) 3315 5665.​