Proposta do Departamento de Segurança de Interna altera critérios para permissão de estudo nos Estados Unidos. Dados do IEE (Instituto de Educação Internacional) de 2015 mostram que estudantes estrangeiros representam 5% dos 20 milhões de alunos matriculados em Universidades americanas e movimentam um total de U$35 bilhões de dólares.
Mais uma mudança profunda na legislação, pode, se aprovada, impactar a vida de milhares de estudantes estrangeiros que residem nos Estados Unidos. O alto escalão do Departamento de Segurança Interna (Departament of Homeland Security) estuda possibilidades de intervenção no visto que é concedido com a finalidade de estudo. Na nova proposta estudantes estrangeiros teriam que fazer provas minuciosas a serem elaboradas pelo Departamento.
Os altos Diretores do departamento de imigração americano alegam que 2,8% dos mais de 1,4 milhões de estudantes com visto para intercâmbio permaneceram nos Estados Unidos mesmo após terem seus vistos expirados. Este número, segundo divulgado, representa mais que o dobro do número de portadores do visto de turista que vieram para o País e decidiram ficar após o período.
Para a brasileira e advogada de Imigração nos Estados Unidos, Renata Castro, a divulgação da preocupação da imigração com o visto de estudante sinaliza mais uma tentativa do Governo Trump de enrijecer as métricas de acesso e permanência no País por estrangeiros.
“A imigração tem, ao longo desses seis primeiros meses do ano mostrado uma intensiva preocupação com permanência de estrangeiros nos Estados Unidos. Diversas ações que foram prometidas pelo Presidente Trump ainda durante a campanha estão sendo estudadas e aplicadas. Embora este programa ainda esteja em fase de análise e debate, há um forte indício de que seja realmente aplicado pela imigração ainda este ano”, pondera Renata Castro.
Um dos argumentos mais fortes que sustenta as mudanças na legislação é o aumento da segurança nacional com o monitoramento permanente de estudantes que imigram para o País. As discussões em torno do tema ganham força um um momento em que o número de matrículas de estudantes estrangeiros atingiu uma alta histórica nos EUA, de acordo com o Instituto de Educação Internacional (IEE), uma ONG de Nova York.
RENOVAÇÃO MAIS DIFÍCIL
Outro ponto do projeto prevê que a atual possibilidade de manter o visto enquanto se esteja estudando seja alterada. A proposta é dificultar inserindo processos de renovação permanentes com custo maior e exigindo que os estudantes se qualifiquem. A intenção
é que os estudantes sejam impedidos de iniciar um curso e não concluírem apenas para manter seus vistos.
O porta-voz do Departament of Homeland Security, David Lapan não quis comentar, em entrevista ao Washington Post sobre as especificidades das discussões na última sexta-feira mas admitiu que o programa de estudante internacional é um dos muitos em análise. “O Departamento está explorando uma variedade de medidas que assegurem que os nossos programas de imigração – incluindo programas para estudantes internacionais que estudam nos Estados Unidos – operem de uma forma que promova o interesse nacional, aumente a segurança nacional e segurança pública e garanta a integridade da nosso sistema de imigração”, disse lapan. “Dentro do modelo atual a imigração não tem muito controle sobre possíveis violações do visto de estudante, por exemplo, exercer função laboral nos EUA. Também não há muito controle de supervisão da frequência nas faculdades e escolas americanas. O programa prevê mudar essa realidade, inclusive cobrando taxa anual de renovação do visto de estudante”, pondera a advogada Renata Castro.
A advogada ainda destaca que estas medidas estão sendo recebidas com muita oposição por parte da associação de escolas de nível superior. Grande parte destas escolas contam com uma ajuda orçamentária vinda dessas mensalidades mais caras pagas pelos estudantes estrangeiros. As escolas justificam, inclusive, que utilizam estas mensalidades maiores para cobrir as mensalidades mais baixas e as bolsas de estudo.
O PREJUÍZO DA FALTA DE ORIENTAÇÃO
Segundo a Advogada de imigração, o volume de informação sobre imigração oferecido na internet deve ser verificado antes de imigrar para os EUA. Renata Castro destaca o prejuízo que uma imigração mal orientada pode trazer. “É preciso consultar se as informações que estão sendo divulgadas são verídicas. Há muitas pessoas se aventurando nas redes sociais e prestando um desserviço à população, sobretudo na questão imigratória. Os prejuízos, além dos financeiros, podem ser irreversíveis e desastrosos”, pondera.
Com informações: Washington Post