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Servidores do TCE paralisam as atividades e denunciam altos gastos com conselheiros

João Urtiga / Alagoas 24 Horas

João Urtiga / Alagoas 24 Horas

Servidores do Tribunal de Contas do Estado de Alagoas (TCE) paralisaram as atividades, na manhã desta quinta-feira (3) em manifestação que pede reposição salarial que não ocorre há três anos.

Com isso, cerca de 470 servidores e outros 440 aposentados se sentem prejudicados. De acordo com a presidente do sindicato dos Trabalhadores do Tribunal de Contas, Ana Paula Gusmão, a situação se agrava porque a cada ano o tribunal bate recordes em arrecadação de cifras consideradas milionárias e que nunca são repassadas efetivamente para os trabalhadores.

“Veja bem, não estamos pedindo aumento, que inclusive não ocorre há dez anos, estamos pedindo apenas a reposição salarial de 2015, 2016 e 2017. Não podemos compactuar com uma casa que recebe um repasse de R$ 90 milhões em 2017 e mesmo assim a direção financeira alega que não há dinheiro”, afirma a presidente.

Agora os servidores temem que o salário dos próximos meses sejam atrasados sob a mesma justificativa do departamento financeiro, que considera o duodécimo insuficiente para manter a casa.

Ainda segundo Ana Paula Gusmão, no mês de maio, o discurso da crise não bate com o fato de conselheiros e auditores terem recebido aumentos financeiros. Ela afirmou à reportagem que eles conquistaram o aumento de diárias que custavam o valor de R$ 500 para R$ 937. Aumento este que foi acompanhado de outros benefícios, como auxílio moradia e plano de saúde. “As pessoas precisam saber que nós [trabalhadores] não ganhamos muito como todos pensam. O salário de um servidor aqui é de no máximo R$ 3 mil e sem qualquer regalia. Eu mesma tive câncer e não tinha plano de saúde, tive de pagar do meu bolso o tratamento”, recorda a presidente.

Outro problema registrado no TCE seria o fato do tribunal manter pouco mais de 200 cargos comissionados, o que na visão da sindicalista seria inconstitucional. “Essa questão dos comissionados começou ainda no governo do Teotonio Vilela, em 2013, e se arrasta até hoje na Justiça”, lamenta.

Caso a direção do TCE não venha a atender a demanda dos manifestantes, os servidores informam ainda que vão permanecer paralisados todos os próximos dias.