Após três anos do assassinato do advogado Marcos André de Deus Félix, na Praia do Francês, dois autores materiais do homicídio, Álvaro Douglas dos Santos e Elivaldo Francisco da Silva, sentam no banco dos réus. O julgamento, presidido pelo Helestron Silva da Costa, acontece desde a manhã desta quarta-feira, 16, no Fórum da cidade de Marechal Deodoro.
De acordo com informações do Ministério Público de Alagoas (MPE/AL), os réus teriam sido contratados pela empresária Janadaris Sfredo, que teria uma ‘rixa’ com a vítima, para matar o advogado. O crime teria sido motivado por desentendimentos e disputas judiciais entre a acusada e a vítima. A desavença entre as partes teve início em 2010, após uma ação de despejo da Pousada Lua Cheia.
O julgamento teve início às 11h30 e após a pausa do almoço retornou com os debates da acusação e da defesa. De acordo com o promotor de Justiça, Sílvio Azevedo, os depoimentos dos réus foram contraditórios embora tenham confessado parte do crime.
“Eles confessaram o homicídio em partes, admitindo que foram os autores materiais. No entanto, mudaram a motivação e entraram em contradição em relação aos depoimentos dados à Polícia Civil durante o inquérito. Antes, afirmaram terem sido contratados pela empresária Janadaris. Agora, sustentam o argumento de que o acordo foi feito com o Júnior, marido da Janadaris, porque ele estava com ciúmes da esposa. Isso não nos convenceu”, disse o promotor de Justiça.
O promotor de Justiça acusa os réus de crime de homicídio duplamente qualificado, sem chance de defesa à vítima e por motivo torpe, mediante pagamento.
O advogado do terceiro autor material, Juarez Tenório da Silva Júnior, alegou que o réu estaria doente e por conta deste motivo não pôde comparecer ao julgamento.
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Relembre o caso
Janadaris Sfredo é acusada de mandar matar o advogado Marcos André de Deus Félix, de 40 anos, em março de 2014 na Praia do Francês, em Marechal Deodoro. Para executar o crime, ela teria contratado Juarez Tenório da Silva Júnior, Álvaro Douglas dos Santos e Elivaldo Francisco da Silva.
Inicialmente, o marido da acusada, Sérgio Sfredo, chegou a ser indiciado por envolvimento no crime. Contudo, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que ele fosse solto por ausência de provas.
O crime teria sido motivado por desentendimentos e disputas judiciais entre a acusada e a vítima. A desavença entre as partes teve início em 2010, após uma ação de despejo da Pousada Lua Cheia. Na oportunidade, Marcos André era advogado dos proprietários do estabelecimento e Janadaris representava os inquilinos no local, que perdeu a causa.
Posteriormente, Janadaris passou a administrar a Pousada Ecos do Mar e foi morar vizinho à vítima. É relatado que o advogado tornou-se alvo de provocações e perseguições, que afetaram o seu cotidiano. A desavença teria resultado no assassinato de Marcos, em abril de 2014.
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