Pauline Hanson faz sua campanha contra este tipo de vestimenta das mulheres muçulmanas.
O Senado australiano discute hoje uma proposta da extrema-direita para proibir o uso da burqa. Na defesa da proibição, a líder do partido de extrema-direira One Nation, Pauline Hanson, decidiu entrar no senado com uma burqa vestida.
Uma encenação que lhe valeu a condenação por parte do procurador-geral, George Brandis. O que lhe valeu um aplauso de pé por parte dos partidos da oposição.
Pauline Hanson acabou por tirar a burqa, antes de começar o seu discurso a favor da proibição. Num depoimento online, a senadora defendeu que “a necessidade de banir a cobertura total da cara em público é uma questão importante para a Austrália moderna”.
Num discurso emotivo, George Brandis alertou a senadora da extrema-direita para o risco de estar a alienar cerca de 500 mil australianos que seguem a religião muçulmana. “Ridicularizar essa comunidade, encurralá-la a um canto, gozar com os seus trajes religiosos, é uma coisa terrível e peço-lhe que reflita no que acabou de fazer”, sublinhou o procurador-geral australiano. Acrescentando que a burqa não vai ser banida.
A oposição criticou a postura de Pauline Hanson. “Uma coisa é usar roupa religiosa como gesto sincero de fé, outra completamente diferente é usá-la como um número aqui no sendado”, referiu a senadora do Labor Penny Wong.
Esta não é a primeira vez que a senadora, eleita pela primeira vez para o parlamento em 1996, se vê envolvida em polémicas. Em 2016, disse que a Austrália estava “afogada em muçulmanos”. Em junho, foi obrigada a desculpar-se depois de ter defendido que as crianças autistas fossem afastadas das salas de aula.